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Nossos próprios estrangeirismos

por Rodrigo Franco

Pensei nesse post artigo depois que vi um anúncio do Renew Ultimate Gold Noite Emulsion. Vou repetir: Renew Ultimate Gold Noite Emulsion. Pois é. A “Noite” estava tão sozinha ali no meio, como se fosse uma última tentativa desesperada de dizer que estamos no Brasil, que tive um calafrio. Tive pena da “Noite”. Acho que em sua honra, é melhor matá-la de vez e entregar seu lugar à “Night”. Ou, já que temos essas mesmas palavras na nossa riquíssima língua, poderíamos tentar negociar algumas pelo menos, como “Ouro” e “Emulsão”. Afinal, temos pele ou “skin”?

Eu não sou contra estrangeirismos. Usamos hoje palavras sem as quais não faríamos as nossas necessidades mais básicas, como toalete ou telefone. Essas duas vieram emprestadas dos franceses. Há invenções, avanços culturais e tecnológicos que trazem novos significados e, com eles, novas palavras. O formalismo de uma língua culta é pra servir de parâmetro. A verdadeira língua é aquela que nos conecta com o nosso cotidiano e é onde há a maior e a mais rápida evolução. Tuitamos (ou tweetamos) porque não teríamos como fazer de outra forma. Os termos nascem da própria rede.

Isso não significa que a empresa deveria mudar o nome do produto. Na verdade, o que se fez nos últimos 20 ou 30 anos no Brasil foi transformar o nosso mercado de consumo em um mercado passivo ao estrangeirismo, principalmente ao anglicismo. No (hoje certeiro) argumento construído de que o que vem de fora é melhor. Não somos entendedores do inglês, somos simplesmente passivos. Acredito que os iPads e Sourrounds não precisem mudar seus nomes. Pelo menos não à essa altura. Mas a “Noite”, esmagada ali, me revela uma coisa. Que uma parte importante do produto foi feita ou modificada aqui.

Afinal, temos pele ou “skin”?

Há alguns anos eu tinha uma opinião um pouco diferente. Achava uma invasão. Minha opinião mudou razoavelmente. Mas continuo pensando que, na responsabilidade que os comunicadores e os profissionais do mercado de consumo têm, estão os deveres de uma mensagem clara e verdadeira. Não temos palavras que substituam o “tuíte” ou o Twitter, que é uma marca. Mas temos palavras equivalentes a “social network”. E usamos, porque em algum momento alguém resolveu traduzir.

Esse sintoma nos revela um detalhe sobre nossa cultura. Historicamente temos um comportamento de colônia, que em muitos aspectos ainda não mudou. Assim, adotamos os achados dos países mais inovadores, como os EUA, e os aplicamos por aqui – na maioria das vezes sem questionar. Adotamos as inovações nos termos como nos são apresentadas: marketing, SEO, CFO, crowdsourcing etc. Mudamos as placas nas portas do escritório, trocamos o adesivo na vitrine. Acatamos reformulações e alinhamentos internacionais que custam menos. Isso não acontece somente aqui, e não tem nada de errado. Faz parte do mercado e da padronização de termos e produtos globalizados. Na minha opinião, errado é sermos apenas espectadores.

Outro dia ouvi o termo “multidões” em um contexto de inovação e me soou estranho. Simplesmente porque é uma palavra em português em um contexto totalmente dominado pelo inglês. É assim e não vai mudar tão cedo, talvez nem mude. Mas temos que pensar que a língua evolui conosco e evoluímos com a nossa língua. Estamos em um ponto em que nomes de filmes, de sites e de empresas em português ficam estranhos. Isso não é o mais estranho?

Na minha opinião, errado é sermos apenas espectadores.

A linguagem une as ideias, e, por isso mesmo não pode ser engessada. Quando penso em um equivalente para um termo novo, eu paro pra pensar em qual seu significado na minha língua, na minha cultura e no meu país. Ser espectador não condiz com o papel que o Brasil quer para o futuro.

Eu acharia muito bom se as nossas inovações e nossas criações, aquelas que estão surgindo com nossos empreendedores e inovadores, nossos novos produtos, nossos novos sites, se eles priorizassem termos e nomes na nossa língua. Assim, poderemos também deixar a nossa marca na cultura dos outros países. Uma brincadeira, pra começar: qual seria um bom termo para chamar uma nova empresa inovadora brasileira que não seja “startup”? Alguma sugestão?

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