"Os Croods": Uma visita ao estúdio de captura de movimento da DreamWorks • B9

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“Os Croods”: Uma visita ao estúdio de captura de movimento da DreamWorks

Estúdio mostra como funciona a técnica aplicada à animação

por Fábio M. Barreto

A sala é escura e espaçosa. Um telão gigante ocupa uma das paredes mais compridas; do lado oposto, uma bancada cheia de computadores e seus operadores, gente que cuida de pré-renderização, som, movimento e importação dos arquivos. Há 53 sensores de movimento mas paredes e no teto.

No centro do ambiente uma câmera e um pedaço de plástico num tripé, perto dele, dois atores caminham com collants pretos e as tradicionais bolinhas brancas. Na tela, os atores se transformam em versões rústicas de homens pré-históricos, montanhas surgem do nada, o plástico se transforma numa tocha e eu, com a câmera no ombro, estou no coração do estúdio de Captura de Movimento (Motion Capture ou MoCap) da DreamWorks, simulando o trabalho feito para as filmagens de “Os Croods”, o DVD mais vendido nessa semana nos Estados Unidos.

Essa foi minha primeira visita a um estúdio de Captura de Movimento, ou melhor, Captura de Performance (de acordo com sua finalidade) e a paixão foi instantânea. Muito deve ser por culpa dos extras de “Avatar”, nos quais James Cameron se diverte feito criança com a câmera de pre-viz (ele pode ver as interpretações dos atores contra os cenários e, sozinho, fazer todo o trabalho de enquadramento e definir as distâncias para cada tomada, por exemplo, afinal, as cenas já foram gravadas pelo elenco humano, logo, ele pode fazer o que bem entender com elas depois!).

70% do trabalho de teste, movimento em cena e pre-vizualização da animação foi feito no estúdio de MoCap

The Croods

Croods

Entretanto, em “Os Croods” as coisas funcionaram um pouco diferente, pois por ser uma animação, o conceito aplicado foi outro e a ferramenta da captura foi utilizada como instrumento de apoio para diretores e animadores. O principal uso foi o enquadramento, por razões óbvias. Nicolas Cage não precisou fazer nenhuma macaquice nessa sala (embora ele não teria reclamado, não é mesmo?), pois com a voz gravada e a visão dos diretores Kirk De Micco e Chris Sanders previamente gravada e transmitida aos animadores. Logo, quando a equipe se reunia no estúdio, o comando estava nas mãos de Yong Duk Jhun, o Head of Layout (quem coordena toda a parte visual, ou seja, o Diretor de Fotografia do filme), que trabalhou em “Shrek Para Sempre” e “Kung Fu Panda”.

Eles usaram uma câmera bem leve e efetiva. Pude testá-la e o monitor sem fio conectado aos servidores e técnicos no fundo da sala permite a visualização total ao cinegrafista. Ao mesmo tempo, os “espectadores” veem o mesmo enquadramento no telão. “O uso do Motion Capture permite uma noção muito mais natural e orgânica de enquadramento e posicionamento de câmeras”, diz Jhun, um coreano simpático, sorridente e, claramente, deslumbrado com o que faz. De acordo com o animador, diretor de fotografia, especialista em efeitos especiais e “dono da câmera”, 70% do trabalho de teste, movimento em cena e pre-vizualização foi feito no estúdio de MoCap. A câmera que testei era uma cinecamera Sony, com uma lente 21 mm (estávamos fazendo uma cena bem movimentada, então, ela envolvia muitos close ups e medium shots) e pude fazer as vezes de cinegrafista.

croods3
“O uso do Motion Capture permite uma noção muito mais natural e orgânica de enquadramento e posicionamento de câmeras”

Foi uma experiência fantástica por conta do aprendizado. Nessas horas é engraçado eu também ser cineasta, pois os outros jornalistas estavam ali pelo oba-oba e eu doido para fazer algo. O fato de o monitor apresentar um previz os objetos do cenário (nesse caso uma montanha, uma rocha grandona e uma árvore; além de dois atores e uma pessoa segurando a “tocha”. Os personagens estavam “conhecendo o fogo” pela primeira vez) e os atores saberem bem o que precisavam fazer, era questão de fazer de conta que se estava num set de verdade e filmar a cena.

A fluidez foi impressionante e, depois de uns dez segundos de adaptação, não sentia mais a diferença entre filmar com uma 5D ou com aquela Sony. Os princípios básicos eram os mesmos e foram respeitados. E essa é a maior força do MoCap sendo utilizado dessa forma: o pensamento da captação é o mesmo. Há uma cena a ser feita e essa é a ferramenta! É só filmar.

Mas, claro, há diferenças. Num set “real”, iluminação é sempre o maior aliado (pela necessidade) e inimigo (especialmente pelo tempo consumido). Durante as gravações em MoCap, uma iluminação genérica é utilizada, logo, nesse aspecto, tudo é sem graça e essa cara homogênea vai te acompanhar ao longo de todo o trabalho.

“Os técnicos podem mudar uma coisa ou outra, se a cena pedir, mas o objetivo aqui não é compor toda a cena. No caso de “Os Croods”, filmávamos uma cena e podíamos ver um resultado mais renderizado e próximo do final em 2 semanas”.

“A Lenda dos Guardiões”, outro filme da DreamWorks, teve um trabalho mais perfeccionista nesse sentido ao misturar captura de performance e referência, por isso, usou a ferramenta ao longo de seus cinco anos de produção.

A liberdade de filmagem é fantástica e a possibilidade de se refinar o resultado depois enche o sistema de novas alternativas

Outra diferença: foco. A cinelente de 21mm, com ponto focal fixo, deveria perder o foco com facilidade. Não perdeu nenhuma vez, afinal de contas, a imagem que o monitor e o telão mostravam era gerada pelos computadores, logo, foco não é um problema. Entretanto, usar lentes apropriadas continua sendo necessário, pois são elas quem definem a proximidade e as demais características de captação. Mais um ponto para a praticidade, embora seja uma diferença notória.

A liberdade de filmagem é fantástica. A possibilidade de se refinar o resultado depois enche o sistema de alternativas e o lado cineasta praticamente grita de alegria ao ver como os “cachorros grandes” brincam. Foi interessante ver essa evolução direta do pre-viz – que sempre pareceu bem preso à criatividade do animador e limitado pelos recursos – sendo usada para garantir a sensação de “filme normal”, mesmo sem querer revolucionar o mundo como Cameron fez. É uma ferramenta bastante útil e, arrisco, indispensável dentro em breve.

Deu para perceber que gostei muito, não é? Fui papear sobre os detalhes da câmera e o sistema com o Jhun e o grupo de jornalistas foi embora. Só consegui reencontrá-los no labirinto de estúdios de áudio e vídeo, baias de animação e áreas de recreação da DreamWorks uns 20 minutos depois. Ficaria perdido ali dentro pelo resto da minha vida!

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