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Capa - “O Humano Mais Humano” detalha o que nos diferencia das máquinas

“O Humano Mais Humano” detalha o que nos diferencia das máquinas

Livro de Brian Christian explora a inteligência artificial para explicar o que torna você “você”

por Raquel Moritz

Você já parou para pensar no que nos torna humanos, ou em quais características nos diferem de uma máquina?

O livro “O Humano Mais Humano” é um análise de Brian Christian a respeito de como os computadores estão criando a necessidade das pessoas repensarem a sua humanidade. Para abrir essa discussão, o autor usa como pano de fundo a sua própria participação no Prêmio Loebner, um evento anual que aplica o famoso Teste de Turing em um grupo representativo desde 1991.

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Os jurados conversam via chat de texto com seres humanos e máquinas por cinco minutos e, com base nessa rápida conversa, apostam em quem é humano e quem não é. A máquina que conseguir convencer o maior número de jurados é considerada o Computador Mais Humano e resta a algumas pessoas o papel de convencer os jurados de que somos humanos.

Mas como se ganha o Jogo da Imitação? Brian, que seria avaliado no Prêmio Loebner, passou algum tempo perguntando isso para se preparar para o teste e a maioria das pessoas consultadas simplesmente dizia “seja você mesmo”. A pergunta então é: o que faz com que sejamos “nós mesmos”?

Alguns jurados do prêmio defendem que você deve esquecer suas camadas de socialização para que sobre o seu “verdadeiro eu”, mas se somos produtos de uma sociedade, cultura e criação diferentes, o que nos restaria se nos despíssemos dessas camadas? Essas marcas da socialização podem ser uma das respostas à pergunta que move o livro.

“Acredito que daqui a 50 anos será possível programarmos computadores (…) para fazê-los jogar o jogo da imitação tão bem que um interrogador mediano não terá mais do que 70% de chance de identificar corretamente após cinco minutos de perguntas” – Alan Turing

Com sua formação de filósofo e cientista da computação, Brian Christian entrelaça aspectos de comportamento, sociedade, psicologia, tecnologia e, claro, filosofia. A cada capítulo, uma faceta humana é explorada para tentar chegar à resposta da pergunta: quando uma máquina conseguir convencer os humanos – de forma satisfatória – que é um pensante como nós, o que nos tornará diferentes? As máquinas estão se tornando melhores em sua capacidade de nos imitar, ou nós estamos virando um modelo cada vez mais fácil de ser copiado? Estamos piorando em nossas habilidades?

E o que podemos fazer para que não sejamos substituídos por máquinas? Acredito, assim como Brian, na paixão e adaptação como resposta. Um ator de teatro precisa fazer com que cada nova apresentação seja sua noite de estreia, então como ser original, apaixonado e criativo todos os dias? Brian até cita o exemplo da Capela Sistina: teria Michelângelo realizado tal feito se precisasse pintar a capela mil vezes por ano? Se não evoluirmos e nos adaptarmos e se não tivermos essa força nos empurrando para frente, podemos facilmente ser substituídos por robôs.

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A empatia é uma característica humana, pois requer um instinto de grupo e de proteção

Uma outra passagem bastante interessante menciona a famosa partida de xadrez entre Kaspárov e o computador Deep Blue: o russo não aceitou bem a própria derrota, pois o computador jogou com base em uma biblioteca de movimentos previamente estudados. Uma “imitação” e não uma estratégia pensada, assim como um software que categoriza posts como positivos ou negativos com base em palavras chave sem avaliar contexto.

E isso nos faz pensar em quantas vezes nos deixamos seguir pelo que já está feito ou explicado. Quando estamos aprendendo, por vezes copiamos nossos mestres e se não aprendermos a jogar de verdade, em algum momento vamos falhar. O mesmo vale para interações sociais maquinadas. “Que dia quente”, “como vai a família?”, “vamos marcar!”, tudo isso sai de forma automática da nossa boca e nem sempre nos importamos com as respostas. Máquinas.

Ainda sobre a questão da imitação, no livro “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas”, de Philip K. Dick (livro que deu origem ao filme “Blade Runner”), os androides são identificados na comunidade com um teste de empatia: a empatia é uma característica humana, pois requer um instinto de grupo e de proteção. Já a inteligência enfatiza o pragmatismo. Aplicando este pensamento ao Prêmio Loebner e ao Teste de Turing, a empatia entra também como um diferenciador – talvez o mais importante.

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Somos um apanhado de experiências, culturas e aprendizados

Por vezes, a forma como os assuntos são abordados no livro nos deixam com uma sensação de que o autor está enrolando o leitor para revelar algo, mas as voltas que ele dá sempre são amarradas de forma eficiente ao tema do capítulo. O livro “O Humano Mais Humano” foi publicado pela Companhia das Letras em 2013, em uma edição bem trabalhada.

O que nos torna humanos, na prática, não parece ter uma resposta única. Somos um apanhado de experiências, culturas e aprendizados. Temos capacidades únicas de demonstrar empatia, de compreender o que o outro fala e responder aos estímulos ao nosso redor de forma coerente. Tentar achar uma resposta para a vida, o universo e tudo o mais parece ser bem mais complexo do que escrever um simples 42.

FICHA TÉCNICA
Título: O HUMANO MAIS HUMANO
Autor: Brian Christian
Tradução: Laura Teixeira Motta
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 368

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Raquel Moritz é publicitária e acredita que a empatia é uma característica humana, sim. Autora do blog Pipoca Musical, também administra o Projeto Vórtice Fantástico

, que cria clubes de leitura de ficção científica e fantasia pelo país.

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