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Taxistas… e outros Dinossauros do Digital

Podemos ter uma certeza: a Internet vai matar a Internet todo dia

por Cris Dias

No início do mês de abril, milhares de taxistas em diferentes cidades brasileiras protestaram contra o Uber, app de carros executivos que os taxistas dizem ser ilegal por fazer o transporte de passageiros sem licença de táxi. Ontem, dia 29, o Sindicato dos Taxistas de São Paulo conseguiu uma liminar na justiça proibindo o serviço de aceitar passageiros em todo o país, incluindo a remoção do app das lojas da Apple e Google e uma ordem para que essas duas empresas apaguem remotamente o Uber dos telefones de quem já o tem instalado!

Legal ou não é bem natural pensar que os taxistas tem uma preocupação maior do que o cumprimento da lei: estão tensos com um novo e forte concorrente entrando no mercado. Por sinal essa briga táxis x Uber não acontece só no Brasil. Até o meio do ano passado os carros pretos símbolo do app não estavam autorizados a circular em Miami e países europeus desenham uma regulamentação específica para esse novo tipo de serviço.

Tem muita gente por aí se comportando exatamente como os taxistas anti-Uber: disrupção nos olhos dos outros é refresco

Esta luta anti-Uber acaba fazendo com que mais gente ficasse conhecendo o serviço e me fez pensar num fenômeno que acontece fora dos táxis, no mercado de comunicação: os Dinossauros do Digital. Ao ver fotos dos vários carros brancos protestando na frente do Estádio do Pacaembú fiquei me perguntando se ali estariam vários dos taxistas que me disseram pessoalmente ano passado estarem empolgadíssimos com a chegada de apps como 99Taxi e EasyTaxi. “É o fim dessas cooperativas sangue-suga, que só cobram da gente e não dão nada em troca!”, diziam. A tecnologia móvel e seus apps causaram uma mudança brutal no mercado de táxis para a felicidade dos taxistas… até trazer outra que trouxe um concorrente multinacional para os atormentar.

Vejo muito isso acontecendo também no mercado de comunicação, tanto de quem faz propaganda como também de quem mantém os sites de conteúdo. Meu blog pessoal (que não é atualizado desde 2013) vai fazer 15 anos em novembro. Lá no início do que chamamos blogosfera (e hoje temos arrepios quando ouvimos esse nome) e por muitos anos ouvi que os portais gigantes e blogs minúsculos iam matar “a velha mídia”, mais especificamente jornais e revistas. Minha galera (e eu, é bom dizer) explicávamos que a Folha e O Globo não estavam no negócio de vender informação, mas sim imprimir e transportar papel, que continha publicidade no meio. A internet representava a libertação da informação, que voltaria às origens e a uma pureza ideal. Acho que naquela época estávamos certos, mas não por muito tempo.

Nessa Internet a maneira de vender marcas e conteúdo tinha dois ingredientes chave: o banner e o hotsite. Se você é uma marca, você vai comprar banners em sites de conteúdo e esses banners, quando clicados, levarão o amigo internauta, como diria o Galvão, para seu hotsite. Se você é um site de conteúdo, grande ou pequeno, você vende espaço para as marcas colocarem esses banners e assim consegue pagar suas contas.

Táxi

A Internet, que tinha uma cara 5 anos atrás, hoje tem outra muito diferente

Só que a comunicação digital continua andando pra frente e duas coisas importantes e inter-dependentes, apareceram de lá pra cá: a internet móvel e as redes sociais. A Internet, que tinha uma cara 5 anos atrás hoje tem outra muito diferente. Hoje fazemos online coisas completamente diferentes do que fazíamos, em dispositivos completamente diferentes, passando mais tempo conectados. Entramos para ver notícias e fofocas, mas também para ver o que acontece na vida dos amigos e para conversar no ZapZap.

Só que ainda tem muita gente por aí se comportando exatamente como os taxistas anti-Uber: disrupção nos olhos dos outros é refresco. Assim como os caras que eram por eles chamados de dinossauros não admitiam que as pessoas deixavam de ler seus jornais para ver blogs, agora estão reclamando que o alcance dos sites cai e a venda de banners não fecha mais a conta. Para mim o problema de verdade vem na solução apresentada por alguns: inventar truques e campanhas para aumentar o número de pageviews nos seus sites. Os mesmos que acusavam os jornais de serem meras máquinas de imprimir jornal agora viraram máquinas de produzir pageview. Mais pageview, mais inventário, mais atrativos para os mídias, mais dinheiro.

Pelo menos esse parece ser o raciocínio de muita gente. Viraram dinossauros do digital, agarrando-se ao modelo antigo e o defendem enquanto podem. Do lado de quem cria campanha, continuam trabalhando como se ainda estivéssemos em 2005, construindo hotsites que só funcionam em computadores de mesa, rodando Flash, ou achando que cliques geram vendas quando desde 2009 os analistas de mercado mostram que a relação entre um e outro é próxima de zero.

Está inventada a Internet e eu a domino. Fim.”

Agem também como o taxista que não quer usar Waze para se guiar. “Já sei o caminho, não preciso.”. Para esse cara o Waze é só um mapa e como taxista veterano ele realmente não precisa de um mapa digital, principalmente para ir para lugares manjados. Só que o Waze não é um mapa, ele é uma inteligência coletiva que dinamicamente indica o caminho mais eficiente. O Waze não existe pra te dizer como chegar, ele existe para dizer a melhor maneira de chegar.

Quando eu era criança e via filmes e histórias de ficção-científica, de como viver no futuro seria incrível eu olhava para meus livros de história e pensava, triste “Mas gente, futuro já é agora! A gente vivia em cavernas e outro dia viajou pra Lua, acabou. Já chegamos no futuro, nada mais vai mudar, não vamos ter carros voadores.” Eu não conseguia ver O Futuro, o avanço da tecnologia, como uma força em constante movimento. E me parece que algumas das figuras que lá atrás apontaram a Internet como algoz da tal da velha mídia, chamando de dinossauro quem trabalhava e se apegava a ela, não suspeitaram de que essa Internet ia continuar evoluindo e eles iam virar dinossauros na proverbial velocidade da internet.

Como todas as outras mídias até então tinham mudado muito pouco depois de sua invenção assumiram que o mesmo aconteceria com essa coisa muito mais abstrata chamada de comunicação digital. “Está inventada a Internet e eu a domino. Fim.”

Não é isso e nunca vai ser isso. A TV pode não ter matado o rádio e a Internet pode não ter matado a TV. Mas hoje já podemos ter a certeza de que a Internet vai matar a Internet todo dia, o tempo todo, pra sempre.

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