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Emmy mostra ser possível realizar uma premiação política e que reconheça a diversidade da indústria

A auto congratulação pelo feito, porém, ainda é um problema a ser resolvido pelo prêmio

por Pedro Strazza
Capa - Emmy mostra ser possível realizar uma premiação política e que reconheça a diversidade da indústria
Imagem: Donald Glover accepts the award for outstanding directing for a comedy series for the “Atlanta” episode “B.A.N.” at the 69th Primetime Emmy Awards on Sunday, Sept. 17, 2017, at the Microsoft Theater in Los Angeles. (Photo by Phil McCarten/Invision for the Television Academy/AP Images)

Foi durante seu segundo discurso de agradecimento da noite, feito logo depois de receber o Emmy de Melhor Ator de Comédia por seu trabalho em “Atlanta”, que o ator e produtor Donald Glover deu uma rápida pontada no presidente Donald Trump. “Eu quero agradecer Trump por fazer os negros o número um na lista de mais oprimidos. Ele é a razão de eu estar aqui.” disse, entre um e outro cumprimento pontual àqueles que o ajudaram a chegar duas vezes ao palco da maior premiação da televisão norte-americana.

A nota de “agradecimento” não veio à toa. Primeiro negro na história do prêmio a ganhar na categoria de Melhor Direção em Série de Comédia e apenas o segundo a levar o troféu de atuação no gênero – antes dele, só o ator Robert Guillaume havia sido eleito o Melhor Ator em Série de Comédia, e isso aconteceu em 1985! -, Glover foi um dos vários vencedores da noite que celebrou o prêmio sob forma de protesto ao presidente, cuja administração do governo fez o país dar vários passos para trás no que consta à diversidade e seu reconhecimento.

Esses protestos de certa forma serviram de tema central à 69° cerimônia de entrega do Emmy Awards, que desde os seus primeiros momentos já tirava sarro do governo e fazia de tudo para mostrar que a ampla gama de pessoas de diferentes raças e orientações presentes na indústria veio para ficar. Comandada pelo apresentador do “The Late Show” Stephen Colbert e realizada na noite de domingo (17) em Los Angeles, o evento fez piada com o panorama político nacional, fazendo críticas bem humoradas à Trump, Ted Cruz – republicano que foi pré-candidato do partido nas últimas eleições presidenciais e que recentemente se viu em meio a um escândalo sexual envolvendo sua conta no Twitter – e o ex-secretário de Imprensa Sean Spicer (que fez uma participação surpresa no monólogo de abertura), e também comentou casos internos da televisão como a polêmica série que a HBO está desenvolvendo sobre os confederados, o uso frequente do termo ofensivo “nigger” pelo comediante Bill Maher e a própria ausência de “Game of Thrones” entre os indicados – a última temporada estreou fora do prazo estabelecido para a premiação deste ano e só poderá concorrer na 70° edição.

Foi nos prêmios, porém, que o Emmy de fato abraçou a diversidade e realizou o protesto, algo que já era possível de se prever pela lista de indicados. Além de Glover, Sterling K. Brown se tornou (por seu trabalho em “This Is Us”, única série da TV aberta americana indicada nas categorias principais) o primeiro ator negro a vencer a categoria de Melhor Ator de Série de Drama desde a vitória de Andre Braugher em 1998, Riz Ahmed se consagrou como primeiro homem de descendência asiática a receber um Emmy depois de sua vitória em Melhor Ator em Minissérie por “The Night Of”, Lena Waithe foi a primeira mulher negra a levar o prêmio de Melhor Roteiro em Série de Comédia por seu trabalho em “Master of None” e Reed Morano a primeira diretora a levar Melhor Direção em Série de Drama desde a vitória de Mimi Leder em 1995, graças ao episódio que ela dirigiu em “The Handmaid’s Tale”.

As séries que saíram como grandes vencedoras da noite, enquanto isso, também carregavam a conotação político-social na pauta. Produção com maior número de prêmios da noite (foram nove vitórias em 22 indicações), o longevo programa humorístico “Saturday Night Live” se destacou na última temporada com sua abordagem ácida às últimas eleições (incluindo aí um Alec Baldwin fazendo a já célebre paródia de Trump). Já “The Handmaid’s Tale” e “Big Little Lies”, que tratam cada uma à sua maneira da violência à mulher, dominaram respectivamente nas categorias de drama e minissérie com oito troféus, não deixando espaço para outras produções queridas do público como “Better Call Saul”, “Westworld” e “Stranger Things”.

A própria consagração de “The Handmaid’s Tale” como Melhor Série de Drama serviu de marco à premiação. A série da Hulu foi a primeira produzida por um canal de streaming a ganhar a principal categoria do Emmy, batendo anos de esforço da Netflix em conseguir tal feito – e é bom lembrar, a gigante do streaming rejeitou a proposta de realizar o seriado, uma adaptação do livro escrito por Margaret Atwood.

O Emmy, porém, não deixou de cometer alguns equívocos. Além do sentimento de auto congratulação, presente no perfil de indicados bastante diverso que foi amplamente alardeado pelo evento, soar um tanto contraditória a uma premiação que recentemente começou e ainda está quebrando os próprios tabus – como bem lembra o artigo escrito por Ira Madison III sobre a cerimônia no The Daily Beast, o poderoso discurso de agradecimento feito por Viola Davis no Emmy acabou de fazer dois anos – a participação surpresa de Spicer foi um movimento precipitado de humor, normalizando um indivíduo cujas atitudes enquanto secretário de Imprensa do governo Trump foram nada menos que perturbadoras (você pode conferir algumas delas aqui).

São problemas a serem resolvidos nas próximas edições, mas no momento o saldo foi muito positivo ao Emmy enquanto cerimônia, que provou ser possível realizar uma premiação justa, política e capaz de reconhecer a diversidade da indústria sem soar atrapalhado ou forçado como o Oscar. Isso sem contar, claro, os momentos inesperados e divertidos, como Jackie Hoffman xingando tudo e todos ao ver que perdeu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante em Minissérie para Laura Dern – confira abaixo.

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