A cada ano que passa a popularidade de Sean Baker só aumenta. Embora ainda não tenha sido reconhecido como um candidato interessante pelos votantes do Oscar, o cineasta nos últimos tempos ganhou bastante atenção por seus trabalhos mais recentes, que incluem a sensação de 2017 “Projeto Flórida” e “Tangerine”. Foi por este último, inclusive, que a carreira de Baker começou a decolar, a princípio pelo uso de uma fotografia feita inteira no celular e depois pelo trabalho de suas duas protagonistas transgênero, cujo brilho foi capaz de mudar as regras da premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas sobre a nomeação de pessoas de identidade de gênero diferente ao de seu sexo na edição seguinte.
Mas a entidade responsável pelo Oscar não quis parar por aí este processo de reconhecimento tardio. Além das performances de Mya Taylor e Kitana Kiki Rodriguez terem feito a premiação perceber que estava na hora de criar o acesso da comunidade transgênero à estatueta pelas vias corretas (na prática, agora os atores e atrizes trans serão indicados às categorias do sexo com as quais se identificam), a entidade também acabou de adquirir um dos três iPhones 5S usados no filme para exibição no futuro Museu da Academia, que está sendo construído neste momento em Los Angeles.
O aparelho, que foi doado pelo diretor e terá um lugar permanente no futuro espaço de exibição da Academia, foi usado por Baker e o diretor de fotografia Radium Cheung com um aplicativo chamado FiLMIC Pro, que dava aos cineastas um melhor controle do foco da câmera, e um adaptador anamórfico que permitia a eles filmar em widescreen. Apesar de não ser o primeiro longa-metragem filmado com um celular, “Tangerine” é visto pela Academia como o primeiro e o mais bem sucedido exemplar desta produção até o momento, em especial graças à sua vitória no Spirit Awards (onde levou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante).
Para marcar o anúncio da aquisição, o sempre inventivo canal do Oscar no YouTube
lançou um vídeo que mostra Baker divulgando a doação do iPhone e revisitando as locações de “Tangerine”, agora completamente transformadas pelo que o diretor chama de um “processo de gentrificação” da região. Confira abaixo:
O Museu da Academia tem previsão de abrir suas portas em 2019.
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