Google quer transformar busca com IA: agora é sobre explorar, não só responder

O Google está reimaginando sua ferramenta de busca com inteligência artificial. Em vez de oferecer apenas uma resposta imediata e definitiva, a nova proposta aposta na exploração de múltiplas possibilidades, permitindo que os usuários naveguem por clusters de informações. Esse formato já está disponível para receitas e restaurantes em dispositivos móveis e se expandirá para categorias como viagens e compras, segundo a empresa.

↳ Pesquisa visual e multimodal com Google Lens
A IA também facilita novas formas de pesquisar. O Google Lens, que permite buscar por imagens, agora possibilita a gravação de vídeos com perguntas por voz para obter respostas geradas por IA em tempo real. A ferramenta também foi aprimorada para facilitar compras: com apenas uma foto, o Lens mostra produtos semelhantes e comparações de preços em diversas lojas.

↳ Engajamento contínuo e monetização futura
Apesar de todas as novidades, o Google reconhece que busca não é apenas sobre velocidade. Rhiannon Bell, VP de UX do Google, afirma que “há uma alegria em descobrir mais informações”. Ao expandir os recursos da IA, o Google também está testando a integração de anúncios nesses novos formatos, o que pode abrir um caminho lucrativo e ao mesmo tempo útil para conectar usuários a produtos e marcas.

↳ Mudança de foco pode moldar hábitos de navegação
A nova abordagem do Google, que foca na exploração de informações ao invés de respostas diretas, pode transformar a forma como as pessoas interagem com a internet. Ao facilitar a descoberta de diferentes conteúdos em um só lugar, a plataforma se posiciona não apenas como um mecanismo de busca, mas como uma espécie de curador digital. Essa mudança pode ser atraente para quem busca profundidade e variedade, mas também levanta a questão de até que ponto o Google está concentrando o fluxo de navegação, deixando menos espaço para que os usuários explorem diretamente os sites de terceiros.

↳ O impacto nas fontes externas
À medida que o Google expande o uso de IA para organizar informações e sugerir respostas diretamente em sua plataforma, surge o dilema para editores e criadores de conteúdo. Se os usuários permanecem mais tempo no Google consumindo informações diretamente da busca, a visibilidade dos sites e publicações originais pode diminuir. Embora o Google prometa manter links destacados para fontes externas, a dependência da plataforma para descobertas e explorações pode impactar diretamente o tráfego de outros sites e até mesmo influenciar o modelo de monetização de conteúdos na web.

Share
Publicador por
Carlos Merigo

Recent Posts

  • Criatividade

Cannes Lions 2025: Valores e princípio(s)

A manhã de hoje aqui no Palais foi cheia de estrelas - da publicidade, do entretenimento, das grandes corporações. O…

1 hora Atrás
  • Negócios
  • Tech

WhatsApp vai ter assinaturas pagas e anúncios no Status

Depois de anos prometendo que "WhatsApp sempre será gratuito", a Meta finalmente encontra maneiras de rentabilizar o aplicativo. Três novos…

2 horas Atrás
  • Criatividade

Cannes Lions 2025: Apple defende criatividade humana como “superpoder” contra era dos algoritmos

Numa era em que algoritmos tomam cada vez mais decisões criativas, a Apple decidiu nadar contra a corrente. Em apresentação…

3 horas Atrás
  • Criatividade

Onde tem amor, tem beleza: conexões genuínas como estratégia de valor

Enquanto arrumo as malas, revisito os cases que levamos este ano e me surpreendo com a quantidade de trabalhos potentes…

17 horas Atrás
  • Brasil

And the Titanium goes to…

Categoria Titanium. O primeiro shortlist anunciado. O último prêmio a ser revelado. Uma categoria que sempre foi um divisor de…

18 horas Atrás
  • Criatividade

De Taboão da Serra para Cannes Lions

Se alguém me dissesse há alguns anos que eu estaria prestes a embarcar para viver o maior festival de criatividade…

18 horas Atrás