Agê Barros
É sempre impactante chegar em Austin.
A luz é perfeita, o clima da cidade maravilhoso, todos te recebem bem e sorrindo. Um oásis na América radical atual.
O SXSW é sem dúvida o evento que mais me toca e provoca. Minha última edição foi em 2023, com a recém lançada OpenAI, só se falava de AI generativa. Ainda um pequeno mistério, que me gerou uma grande curiosidade e medo, e também uma ansiedade num lugar ruim.
Chego em 2025 em um festival que fala o tempo todo o quanto não vivemos mais o presente, estamos sempre com a cabeça nos próximos cinco minutos (ou ainda mais à frente), o que fez a sigla FOMO (fear of missing out) ser ressignificada para FOMA– fear of missing anything, segundo Amy Webb.
Esse estímulo constante sobre o próximo assunto está nos tornando seres humanos cada vez mais superficiais, nos tornando isolados, deprimidos, com medo de relações mais profundas.
Nunca estivemos tão pouco conectados entre si, e ao passo de estamos literalmente a um clique de distância de um amigo.
As redes sociais atuais são tão superficiais, controladas por grandes corporações (e vilões que já foram vistos como heróis), que provocou a criação de um espaço independente, uma API aberta, criada para ser um espaço seguro de liberdade de expressão, a BlueSky, fundada pela corajosa Jay Graber, que enfrentou um vilão de peito aberto no palco, muito impactante vê-la falar. Rede que já tem mais de 15 milhões de usuários pelo mundo. Mas eu me pergunto: precisamos de mais uma rede social?
Seguimos brincando de criador do mundo, recriar espécies já extintas já é uma realidade, (pesquisem por Wooly Mouse), já se sabe ser possível recriar a luz por matéria orgânica, e que em 40 anos teremos capacidade de estender a longevidade da vida por pelo menos mais 10 anos, segundo Ben Lamb CEO da Fox Biosciences.
Já é real a possibilidade de uma super IA que se conecta com corpos biológicos através de nossos neurônios, direto ali no cérebro. Conseguir traduzir através de estímulos cerebrais o que uma pessoa impossibilitada de falar quer expressar.
Pouco se falou aqui sobre diversidade e inclusão com aspectos raciais, muito diferente de 2023 quando a pauta era bastante presente. Um grande retrocesso.
O uso da AI, só pelo uso, está afetando a autenticidade das campanhas publicitárias. É hora de parar e entender o uso de tecnologia como meio e não como resultado final. Existem grandes chances de se perder a conexão com o consumidor. Essa conexão segue sendo humana e somos capazes de domar e controlar essa nova corrida do ouro. Aparentemente ela será bem mais simples do que a revolução digital ou mobile, pois já vivenciamos essas outras duas.
Sim, o SXSW traz um conteúdo mais raso. Se você imaginou vivenciar aulas, aprender coisas novas ou escutar algo que realmente nunca ouviu, deve ter se decepcionado. Essa experiência ficou pro passado desse evento. Mas algo que ainda conseguimos carregar dessa experiência é o que de fato mais se falou esse ano: viver o presente é espetacular e surpreendente.
Me deixei levar pelas sugestões de amigos em palestras não selecionadas, não neguei nenhum convite para um almoço ou drink, me joguei profundamente no recado que me foi dado logo na primeira palestra que vi.
Saia do pensamento óbvio.
Rohit Bhargava, escritor e entusiasta dos pensamentos não-óbvios, trouxe em seu painel a síntese de como esse SXSW me tocou, em sete segredos não óbvios para entender as pessoas e prever o futuro:
Viver o presente é urgente e pode ser surpreendente.
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