Save the Children mostra crianças como “futuros adultos” para combater sensação de impotência sobre problemas globais
Campanha da TBWA\NEBOKO com MJZ retrata menores como cirurgiões e chefs para despertar doações na Holanda
Save the Children decidiu não mostrar mais crianças sofrendo (apesar do impacto de suas comunicações anteriores). Nova campanha “Change the world. Start with a child” retrata menores como se já fossem adultos – cirurgião, chef, técnico, operário – intercalando com cenas de suas vidas atuais em crise. É tentativa de combater paralisia de 70% dos holandeses que se sentem impotentes diante de problemas globais.
Por que importa: ONGs enfrentam fadiga de compaixão em público saturado de tragédias. Save the Children tenta novo ângulo: em vez de culpa, oferece agência. Em vez de vítimas, mostra potencial.
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Pesquisa da FactSnapp mostrou que 40% dos holandeses querem ajudar mas não sabem como começar. Pim Kraan, diretor da Save the Children Holanda, admitiu problema de awareness: “Muitos conhecem nosso nome, mas poucos sabem exatamente o que fazemos”.
Doug Fridlund, da TBWA\NEBOKO, explicou estratégia: “Pessoas são inundadas com notícias ruins diariamente. Esse fluxo constante gera impotência. Por isso não retratamos crianças como vítimas, mas como Save the Children as vê: cheias de potencial”.
Direção de Henry Hobson pela MJZ criou estética que mistura presente difícil com futuro possível. Campanha marca lançamento de nova plataforma de marca com mensagem central “Start with a child” que retornará em futuras campanhas.
Veiculação em TV (50″ e 30″), cinema, online video, DOOH, social e display. É investimento pesado para ONG, sinalizando urgência em renovar imagem e método de captação.
Contexto do setor: Doações para causas humanitárias caem globalmente. Guerra na Ucrânia, Gaza, mudanças climáticas – múltiplas crises simultâneas causam a chamada “fadiga do desastre”. ONGs competem por atenção e carteira cada vez mais divididas.
Mostrar “potencial futuro” em vez de “sofrimento presente” é inversão da fórmula tradicional de fundraising humanitário. É verdade que talvez falhe em criar urgência, mas a aposta em esperança versus culpa pode funcionar melhor a longo prazo.

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