Uber estreia primeira campanha de fim de ano apostando em vulnerabilidade familiar
Mother cria filme "Close" onde corrida do aeroporto vira reflexão sobre mágoas não resolvidas ao som de James Blake cantando Fleetwood Mac
A Uber lançou seu primeiro comercial nacional de fim de ano nos Estados Unidos, e o movimento tem pouco a ver com promoções e muito a ver com vulnerabilidade. Criado pela Mother, o filme “Close” acompanha jovem que pega Uber no aeroporto para a casa onde cresceu — retorno marcado por memórias boas, tensões mal resolvidas e aquela mistura de saudade e apreensão que define reencontros familiares.
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Por que importa: Marcas de transporte costumam apostar em narrativas funcionais. Aqui, a Uber tenta ocupar território emocional, usando os minutos silenciosos dentro de um carro para falar de distância, mágoas e ambiguidade dos vínculos familiares. É a empresa buscando camada mais humana em mercado onde experiência virou diferencial.
Dirigido por Michael Spiccia (MJZ), o filme evita diálogos explicativos. A protagonista cruza ruas suburbanas enquanto flashes de infância e conflitos reaparecem. O comercial sugere que último encontro com o pai terminou mal e que a viagem é também reflexão sobre como tempo reconfigura relações.
A trilha, cover de “Landslide” do Fleetwood Mac cantado por James Blake, define o tom: melancólico, delicado e sem promessas de final feliz. A própria Uber admite que intenção não é entregar reconciliação, mas mostrar esse “entre-lugar” onde ainda existe dúvida sobre cura possível.
O filme será exibido em cinema, CTV, vídeo online e redes sociais nos EUA e Canadá, seguindo o spot “In Good Time” de outubro que focava em subúrbios. Desta vez, reflexão sentimental é o ponto de venda.
A real: Uber entra na disputa sazonal com filme que foge do sentimentalismo açucarado e aposta no desconforto real do retorno para casa. É delicado sem ser ingênuo, mas também estratégico: ao mostrar que está presente nesses intervalos da vida, marca tenta transformar trajeto em território emocional próprio. E ao escolher não resolver tensão familiar no final, reconhece verdade que publicidade de fim de ano geralmente ignora: nem todo reencontro termina em abraço.

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