Facebook muda política de uso dos nomes verdadeiros

Em uma carta publicada hoje, o vice-presidente de crescimento do Facebook, Alex Schultz, comunicou importantes mudanças na rede social. As mudanças alteram processos envolvendo algo bastante controverso do Facebook: a política de nomes verdadeiros, que obriga pessoas a usarem seu nome de nascimento na rede social – mesmo que sejam conhecidas por outros nomes.

Quando alguém precisar provar que usa na vida real o nome que escolheu no Facebook, poderá dar um contexto e explicar o uso dele, algo que não era possível antes. O processo também deve ficar mais transparente e assim facilitar a recuperação de quem teve sua conta bloqueada por violar a política dos nomes. Além disso, durante esse processo, o Facebook não vai mais requisitar um documento emitido pelo governo para confirmar o nome.

Outra mudança foi feita na denúncia de um perfil por uso de nome falso. Usuários fazendo denúncias deste tipo precisarão explicar em detalhes por que estão denunciando o perfil, o que deve coibir a ação de trolls e pessoas de má-fé.

Dentre os grupos que mais foram prejudicados por essa política estão os de transexuais e drag queens. Por precisarem usar seu nome de nascimento e não o nome que escolheram, elas acabaram expostas demais e decidiam não usar a rede social. Por isso essa política de nomes já era bastante criticada – e com razão.

Aqui no Brasil um dos casos mais recentes da aplicação dessa regra aconteceu com o fundador da agência New Vegas, Ian Black, há algumas semanas. Ian precisou alterar seu perfil no Facebook pela primeira vez para que ele mostrasse seu nome como consta no RG: José Camara. Bruno Ferrari, repórter da Revista Época, contou esse e outros relatos no blog Experiências Digitais.

A mudança em como o Facebook trata as denúncias envolvendo sua política de nomes verdadeiros é bem pequena e com certeza está bem longe de ser ideal, já que o Facebook ainda requer o uso de nomes de verdade. Outro ponto negativo é que ela só começa a ser aplicada em dezembro

deste ano, não imediatamente. Mesmo assim, é um bom começo.