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Capa - Mesmo divertido, “O Predador” é inchado por excesso de subtramas e personagens

Mesmo divertido, “O Predador” é inchado por excesso de subtramas e personagens

Shane Black reverencia clássico de 1987 com foco na humanização dos heróis

por Matheus Fiore

A marca da saga “Predador” é a reinvenção. No primeiro filme, dirigido por John McTiernan e lançado em 1987, Arnold Schwarzenegger, Carl Weathers e demais musculosos do elenco foram os protagonistas de uma saga de sobrevivência na selva que desconstruiu o heroísmo do exército americano. Já “O Predador 2 – A Caçada Continua” seguiu por caminho bem diferente. Lançado três anos depois, o longa de Stephen Hopkins trouxe novos personagens e uma nova ambientação: bem distante da selva da América Central, a história protagonizada por Danny Gloover misturou uma trama policial digna dos filmes de Shane Black com um forte teor político – as críticas ao governo Reagan e sua guerra às drogas são nítidas.

O terceiro filme, porém, seguiu um rumo bem diferente. Nas mãos do húngaro Nimród E. Antal, “Predadores” foi o capítulo mais deslocado da saga, não tendo sequer uma ambientação terrestre – o filme, na verdade, se passa no planeta dos predadores. Ali, a cinessérie tentou voltar às suas origens com uma releitura mais brutal da jornada de sobrevivência do filme de 87.

Chegamos, finalmente, ao quarto “Predador”. Com Shane Black na direção – o mesmo Shane que interpretou um dos coadjuvantes do time de elite liderado por Dutch (Schwarzenegger) no primeiro longa –, “O Predador” tenta fazer um resgate de elementos do início da saga, reverenciando o primeiro filme. Isso se constata se colocarmos ambos lado a lado e observarmos que tanto o de 1987 e o de 2018 começam com um plano do espaço. Aqui temos, também, um roteiro que descarta praticamente tudo que existiu nas partes 2 e 3.

Na trama, o sniper do exército americano Quinn McKenna (Boyd Holbrook) encontra uma nave com um predador moribundo. Quinn, então, rouba seu capacete e bracelete e, para evitar que os itens sejam confiscados pelo governo americano, os envia por correio para casa. Seu filho, Rory (Jacob Tremblay) recebe a caixa e, acidentalmente, ativa um sinal que chama outro predador para o planeta. Para salvar seu filho e o mundo, Quinn deve se unir à pesquisadora Casey Bracket (Olivia Munn) e a um grupo de ex-militares para derrotar o mais forte, mais inteligente e mais violento predador já visto.

Shane Black tem pretensões artísticas interessantes. O diretor, que é famoso pela forma como trabalha a violência

, consegue construir um predador realmente poderoso e ameaçador. Toda aparição da nova criatura é um sinal de que uma dose de violência será ostentada diante das câmeras: não há participação do alienígena caçador que não esteja acompanhada por mortes extremamente violentas. O objetivo de Black, porém, parece ser prestar uma homenagem aos filmes de ação protagonizados por equipes, valorizando, além da ação, os relacionamentos que se desenvolvem entre os personagens vividos por Trevante Rhodes, Thomas Jane e demais soldados. Claro, a destruição e a brutalidade exacerbada estão lá, mas o filme também encontra espaço para humanizar os heróis que enfrentam a criatura. Não é por acaso, portanto, que, ao final, os personagens que sobrevivem prestem uma homenagem aos que se foram: Black busca mitificar seus personagens por meio de suas heróicas ações.

O grande problema de “O Predador” é o excesso. Além do grupo de militares que protagoniza a trama principal, o filme precisa lidar com dois predadores – um deles acompanhado por dois “predadogs” –, um drama familiar, a jornada da cientista Brecket e a trama envolvendo o projeto governamental. Como resultado, todas as trajetórias acabam atravessadas, e isso impede que qualquer uma delas tenha um desenvolvimento dramático claro, com início, meio e fim. É um filme sufocado, inchado e, portanto, dramaticamente impotente.

Shane Black no set de “O Predador”

Observamos que, mesmo que o filme de 2018 monte uma equipe de “extermínio”, como foi na obra de 1987, há uma diferença principal: o herói de Schwarzenegger era o clássico brucutu dos anos 80, com pouquíssimo – para não dizer nenhum – desenvolvimento próprio; já o herói de Boyd Holbrock possui uma caminhada pessoal por trás de sua missão, que é tornar-se uma figura paterna protetora.

Adicionando camadas ao drama familiar do protagonista, o roteiro de Fred Dekker e do próprio Shane Black preocupa-se em questionar o ofício do sniper, algo que é manifestado pelas afirmações de Rory, que diz que seu pai é pago para “matar pessoas”. Essa discussão, porém, existe apenas por meio de diálogos superficiais, nunca sendo verbalizada pelo próprio herói se não por piadas (como quando Quinn afirma que o homem que acabara de matar seria sua última vítima).

Além disso, “O Predador” subaproveita a relação pai e filho que norteia a narrativa. Não há, por exemplo, sequer uma cena que cimente o amor entre Quinn e Rory. O grande momento dramático do filme, inclusive, envolve uma despedida entre Quinn e outro personagem. Outro elemento subaproveitado é a cientista vivida por Olivia Munn, que inicialmente é apresentada como o alicerce intelectual do elenco, mas logo se torna apenas mais uma guerreira que tem sua feminilidade transformada em fetiche.

Já a ação, que é o que Shane Black tem feito de melhor durante a carreira, tem seus altos e baixos. É interessante observar como o filme não trata a violência com protagonismo, mesmo que ela esteja em cena frequentemente. Mutilações, cortes e tiros são algo constante ao longo dos 100 minutos da metragem de “O Predador”, mas raramente são filmados em planos detalhe que ostentem essa sanguinolência. Na verdade, Black opta, na maior parte das cenas, por mostrar tripas, ferimentos e cadáveres de forma distante, o que faz com que a violência seja tratada não como o foco da ação, e sim uma consequência. Os momentos em que Black opta por mostrar a violência é quando exibe os cadáveres deixados pelo Predador, o que faz com que os feitos do alienígena ganhem valor dramático.

Por outro lado, há momentos em que a ação é extremamente picotada pelos montadores Harry B. Miller III e Billy Weber. Há mortes que são praticamente imperceptíveis para o espectador. Há personagens que foram importantíssimos durante toda a trama e têm seus arcos encerrados em passagens que duram, literalmente, menos de um segundo. Entra, aqui, um problema que é também do roteiro, já que, se resgatarmos o filme de 1987, perceberemos que as mortes são espalhadas ao longo do filme, a fim de criar uma crescente dramática. Na obra de 2018, porém, as mortes importantes são guardadas para o ato final, o que faz com que não haja tempo nem para o lamento dos sobreviventes, nem para que o público possa sequer conceber o que está de fato acontecendo em tela.

Ao fim do carrossel de tripas e balas cruzando a tela do cinema, “O Predador” até consegue ser uma aventura violenta eficiente. Mas, perdido em seus excessos, o filme pouco aprofunda seus elementos temáticos, justamente por não ter como lidar com tantos dramas e tramas em uma metragem de 100 minutos. Cães alienígenas, predadores geneticamente alterados, pais ausentes, aquecimento global, suicídio, transtornos mentais… Há tanta coisa misturada em “O Predador”, que o filme, no fim das contas, não tem tempo para tornar críveis os sentimentos dos personagens e muito menos engajar seu público nas dores daquelas pessoas. É, portanto, um blockbuster divertido, mas emocionalmente oco. Um banho de sangue e piadas que, pela quantidade exagerada de tramas e personagens, se torna tão confuso quanto o idioma falado pelos alienígenas.

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