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Com ação impressionante, “Velozes & Furiosos 7” faz digna homenagem a Paul Walker

James Wan compreende lógica da franquia e finaliza sétimo filme de forma comovente

por Virgílio Souza

⚠ AVISO: Contém spoilers

A franquia “Velozes & Furiosos”, que agora chega ao seu sétimo (e último?) capítulo, é uma das mais impressionantes de Hollywood. A afirmação vale tanto pelo escopo da produção quanto pelo fato de que, quatorze anos após a primeira reunião entre Brian O’Conner (Paul Walker) e Dominic Toretto (Vin Diesel), ainda há fôlego suficiente para um episódio repleto de novos aspectos interessantes, mas também capaz de reproduzir todos os pontos altos de seus antecessores.

O maior elogio possível, aqui, é assegurar que a série possui plena consciência de sua megalomania. Intensificar os elementos do filme anterior é algo que frequentemente ocorre em continuações de ação: aumentam-se as explosões e o número de personagens, elevam-se os riscos e o tom dramático e eventualmente perde-se o controle. Neste caso – e isto é algo que diferencia V&F até mesmo de grupos de longas sobre super-heróis, cuidadosamente planejados e ordenados -, há uma ciência muito precisa sobre o próprio gigantismo. Não é algo natural, mas uma realidade que se impôs, se tornou verídica no desenrolar dos fatos, sobretudo a partir da quarta parte, e que finalmente ganhou um desfecho que amarra todas as pontas.

James Wan aposta num tom consideravelmente mais sombrio do que nos episódios passados

O exercício do roteiro de Chris Morgan, responsável pelo texto desde “Desafio em Tóquio”, é resgatar a morte de Han (Sung Kan) e oferecer a ela um novo lugar na história da série. Este reordenamento cronológico faz com que o incidente, ocorrido no terceiro filme e reprisado ao fim do sexto, ganhe novo significado e coloque os personagens – a dupla principal, somada a Letty (Michelle Rodriguez), Tej (Ludacris), Roman (Tyrese Gibson) e à novata Ramsey (Nathalie Emmanuel) e com participações de Hobbs (Dwayne Johson) – novamente em ação para enfrentar o vilão Deckard Shaw (Jason Statham).

Referências à totalidade da franquia existem aos montes, como o retorno de Sean (Lucas Black), protagonista da aventura no Japão, ou quando Doc diz que “Desta vez não precisamos ser apenas velozes”, em alusão aos títulos originais anteriores (que se alternam entre “Velozes”, “Furiosos” e “Velozes & Furiosos”). O principal elo, porém, surge mais em termos de conjunto e recursos narrativos, seguindo a já citada escalada na intensidade da ação, do que em citações específicas.

O diretor James Wan

O diretor James Wan

Furious Poster

Após um quarteto de filmes sob o comando do ótimo Justin Lin, a direção é de James Wan, que, assim como seu predecessor, compreende bem a lógica da franquia. Sua experiência com “Jogos Mortais” e “Invocação do Mal” é importante para a construção de suspense, o que ocupa posição importante nos primeiros trinta minutos de projeção: o tom é consideravelmente mais sombrio do que nos episódios passados e as menções à morte e trechos em cemitérios são uma espécie de constante.

Estabelecida a premissa, definidos a missão e os riscos envolvidos e agravado seu peso dramático, V&F7 mergulha de vez no já conhecido universo de tiroteios e perseguições motorizadas – felizmente, é o que Wan faz com maior competência. Se o longa não pode jamais ser chamado de realista, vale ao menos afirmar, ainda que soe absurdo, que o que se passa em tela parece real. Vale para a relação familiar entre os principais personagens – estabelecida em um forte senso de cooperação em que todos salvam todos, o que evita até mesmo uma impressão de Deus ex machina no ato final – e também para as sequências mais elaboradas.

Essa aparência de realidade existe porque o diretor sabe utilizar os recursos que possui, inclusive os mais básicos, em prol do projeto de catarse coletiva que o filme propõe. É notável sua habilidade para trabalhar a geografia das cenas, permitindo que a proximidade da câmera e as dezenas de cortes em cada uma delas existam sem prejudicar a compreensão daquele combate ou torná-lo confuso. A cada enfrentamento direto, Wan insere ao menos um plano geral, amplo, que estabelece a posição de cada um dos peões e o que há no entorno – as armas à disposição, as pilastras que eles acabarão derrubando e qual o limite daquela disputa em específico. Exemplo claro disso é a luta entre Doc e Shaw no estacionamento, visto de fora desde a perseguição que leva à decisiva troca de socos.

Furious

Passadas quase duas horas de movimento frenético e acima de qualquer limite, “Velozes & Furiosos 7″ se volta para um encerramento emotivo

A preocupação com o que se encontra ao redor dos personagens também é útil para a construção visual de sequências como aquela em que o giro de um duto de ventilação altera a forma como os feixes de sol iluminam Brian e Kiet (Tony Jaa), dando contornos mais interessantes a um duelo que já havia acontecido anteriormente. Ainda, o desenrolar deste momento conduz a um dos segmentos mais inteligentes do filme, em termos estéticos: um movimento de câmera, aliado a recursos digitais, faz com que o espectador tenha a exata noção da extensão da escadaria que o ex-policial irá subir e na qual irá se jogar durante a briga com o inimigo.

A variedade de estratégias utilizadas para articular a ação impressiona. Os diferentes estilos de luta, o uso de objetos em embates, a condução dos personagens ao limite e até mesmo o fato de que as coisas se quebram – tudo está a serviço da narrativa e inserido de maneira surpreendentemente natural nela, considerando os parâmetros absurdos daquele universo. Além disso, Wan sabe manter o ritmo ao filmar ação paralela: em certo momento, há uma intensa perseguição de automóveis entre vilões e heróis em um ponto do mapa e, ao mesmo tempo, uma luta física igualmente acentuada entre outros dois na traseira de um caminhão. O cineasta consegue não apenas alternar o foco entre os dois cenários sem que um deles se torne secundário, dispensável ou desinteressante, como também promover um fechamento ainda mais surpreendente, no que talvez seja a cena mais angustiante de um filme que inclui carros saltando de aviões, prédios explodindo e uma ambulância derrubando um drone em pleno ar.

Passadas quase duas horas de movimento frenético e acima de qualquer limite, “Velozes & Furiosos 7” se volta para um encerramento emotivo, que sofre influência da carga dramática extra-filme causada pelo acidente fatal de Paul Walker, ainda durante a produção. Embora morte, perda e despedidas sejam temas frequentes na franquia, em especial desde que Morgan assumiu a função de roteirista, a forma como tais elementos são tratados neste capítulo é menos paralela e bem mais direta e impactante. A expectativa pelo destino de Brian é incessante e inevitável, muito porque seu personagem é possivelmente quem mais corre riscos ao longo da trama. Felizmente, ela se resolve com perfeição no fim, em uma homenagem coerente, justa e bastante comovente.

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