Kill is Love! • B9

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Kill is Love!

por Carlos Merigo

Eu nunca tive tanta expectativa diante de um único filme. Poucas horas antes de ir para o cinema, eu me peguei pensando nisso.

Vivo no cinema, assisto tudo quando é coisa, espero ansiosamente por várias produções quando são anunciadas. Mas nunca, nem de longe, cheguei a ter tanta vontade e curiosidade para assistir um único filme.

Acho que foi até normal essa expectativa, porque depois de ter sido acertado em cheio pela obra-prima que é Kill Bill Vol. 1, não foi nenhuma surpresa que eu me sentisse dessa forma ao esperar pelo desfecho da saga.

Mas expectativas essas que foram sendo amortecidas conforme eu lia em muitos lugares que Kill Bill Vol. 2 se difere bastante do primeiro. E é verdade.

Não seria exagero dizer que são filmes quase que completamente diferentes. Claro, eu adorei o Vol. 2, acho que Tarantino acertou mais uma vez e criou cenas antológicas, mas no final, o conjunto parece ter ficado desequilibrado.

Enquanto o primeiro filme é um trem desgovernado que atropela o espectador com um verdadeiro espetáculo visual na tela, o segundo é lento, muito papo e pausas entre as falas. Os momentos de ação continuam lá, claro, mas em doses bem homeopáticas.

Repito que o filme é excelente, mas acho que se ação e diálogos tivessem sido melhor equilibrados entre os dois filmes, o conjunto final seria ainda mais marcante.

O que eu gosto de notar é que, mesmo em momentos onde a conversa entre os personagens praticamente se arrasta, Tarantino consegue fazer quem assiste ficar pregado na cadeira.

A cena inicial na capela de El Paso por exemplo, onde vemos como começou o massacre revelado no primeiro filme. O espectador já sabe o que vai acontecer, sabe que ali todo mundo vai morrer e a Noiva vai tomar um tiro na cabeça. Mesmo assim, ficamos tensos o tempo todo, prestando atenção em cada fala e nos arrepiamos quando a camera mostra os Quatro Víboras Mortais entrando na capela e sobe ao céu.

E o que dizer do momento em que a Noiva é enterrada viva? Passamos momentos na escuridão total, imaginando aquela situação e nos sentindo sufocado. A luta entre a Noiva e Elle, a crueza e realismo com que foi filmada nos faz sentir cada golpe. O treinamento com Pai Mei, certamente um dos melhores momentos do filme.

Cenas como essas que citei acima, mostram o quão Tarantino continua sendo inventivo e conseguindo nos surpreender. Porém, não espere encontrar um filme igual ao primeiro, pois aqui o diretor tira o pé do acelerador e mostra o que motiva aquilo tudo: o amor.

Os litros de sangue e membros decepados foram substituídos por um sentimento profundo de amor, família e maternidade. No lugar das risadas quando alguem perde a cabeça e jorra sangue como um chuveiro, entra o nó na garganta e o aperto no coração.

O amor, a família e o sentimento de maternidade dão lugar ao matadouro, ou melhor, motivam cada vida tirada. O choro final da Noiva no banheiro resume tudo isso, o quanto momentos aparentemente simples tomam uma porporção colossal (“Eu gosto dessa palavra. Colossal. Mas hoje em dia são raros os momentos que podemos usá-la.”) quando precisam ser conquistados a golpes de espada.

Por outro lado, Bill é um personagem que não parece tão assustador quanto fora pintado no primeiro filme. E o duelo final entre ele e a Noiva é quase um anti-climax. Um embate que foi esperado por tanto tempo, merecia mais impacto.

Apesar disso, é impagável ver Bill falando do Super-Homem e explicando a noção de vida e morte tida por sua filha através de um peixe fora do aquário. Sem contar o sentimento de feminilidade demonstrado por duas assassinas frente a um teste de gravidez. Tarantino passeia por esses dois terrenos de forma magistral, e mostra violência e amor de mãos dadas.

Mas como eu disse, o desequilíbrio quando esses dois fatores são divididos em dois filmes é notável. Talvez se trama, ação e aventura visual tivessem sido mais misturadas entre os dois volumes, os pontos fracos de Kill Bill Vol. 2 nem existiriam.

De qualquer forma, Tarantino conseguiu o que queria, criou um clássico épico de filme “grind-house” e mais uma vez surpreendeu com sua inventividade e cinematografia. Cada cena de Kill Bill, tanto o Vol. 1 quanto o Vol. 2, merecem ser vistas e saboreadas em detalhes.

Aliás, bato palmas mais uma vez para Tarantino quanto a escolha da trilha sonora. Dentro do seu baú de referencias, a escolha da canção mariachi “Malaguena Salerosa” do cantor mexicano Chingon fechou a saga de forma fenomenal: com muito sentimento, paixão, raiva e, principalmente, amor.

E repito o que disse há alguns meses atrás: Kill Bill não é apenas um filme, é uma experiência inesquecível. Clássico!

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