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Capa - “Tenet” é a redenção de Christopher Nolan

“Tenet” é a redenção de Christopher Nolan

Com trama mais confusa a cada cena, diretor britânico faz sobrar apenas a pura experiência de seu cinema - que é a mais pura diversão

por Matheus Fiore

“Não pense, sinta”, diz uma personagem de “Tenet” enquanto tenta explicar o sistema de “inversão do tempo” que é o grande chamariz do novo longa de Christopher Nolan. O Protagonista (John David Washington) embarca em uma missão genérica (não em um mal sentido) para evitar que o futuro destrua o presente, e para isso precisa impedir que uma bomba exploda.

O recurso não é exatamente uma novidade no cinema de Nolan, que gosta do “elemento bomba” há um bom tempo – ele está presente nos três filmes da série “Cavaleiro das Trevas”, por exemplo – mas “Tenet” não se assemelha aos trabalhos mais recentes de Nolan. Na verdade, é talvez o mais diferente dentro da filmografia do inglês.

“Tenet” se apresenta como uma mistura de espionagem e assalto com ficção científica. Mas se a rotina no cinema de Nolan é lavar gêneros em prol de um ultrarrealismo que muitas vezes não se paga, em “Tenet” o diretor abraça o que há de ridículo e fantástico nos respectivos formatos – que aqui estão muito mais para fantásticos. Surpreendentemente, o diretor não tem vergonha de sujar as mãos e faz um filme muito menos interessado em estabelecer e respeitar regras que de criar uma narrativa de impulsos espontâneos e urgentes.

Christopher Nolan (à direita) orienta John David Washington no set

As aparições dos personagens são um ótimo exemplo disso. Se em “A Origem” Nolan passa um bom tempo simplesmente explicando a lógica de invasão de sonhos e dissecando a função de cada membro da equipe de Cobb, em “Tenet”, acontece o oposto. Neil (Robert Pattinson) se força de súbito dentro da narrativa, como um aliado que o protagonista apenas aceita e ponto final; já Priya (Dimple Kapadia) é a sábia que detém o conhecimento e as explicações, mas sai do fundo do plano para a parte frontal somente para se apresentar como a grande mente por trás da cena. 

Há sempre uma espontaneidade latente no desenvolvimento do drama. As coisas parecem acontecer sem muita racionalização, assim como o citado surgimento repentino de figuras importantes da trama. “Tenet” até ensaia soar como um projeto cerebral, cheio de teorias, mas esses esforços são sempre superficiais, infrutíferos – e isso beneficia sua narrativa. Por mais que tente mascarar sua obra como algo extremamente complicado, o que Nolan entrega é um filme até bem simples e direto. Os únicos momentos nos quais ele se esforça para soar complexo – não intelectualmente, mas na execução, no esmero que resulta no preciosismo para que tudo pareça real – são os de algumas cenas de ação, e não por acaso são algumas das menos interessantes da narrativa.

Por mais que tente mascarar sua obra de algo extremamente complicado, Nolan entrega um filme simples e direto

“Tenet” funciona também por Nolan finalmente ter aprendido que o drama não é seu forte. Se a cientista interpretada por Anne Hathaway falando sobre amor em “Interestelar” faz parecer que estamos assistindo a um algoritmo ler um poema cujo autor é um adolescente de 13 anos, “Tenet” sempre renega essas pretensões de profundidade emocional. Quando o protagonista fala com Kat (Elizabeth Debicki) sobre a importância de seu filho em sua vida – motivação que, de certa forma, é central para ambos os personagens – Nolan se limita a mostrar a personagem dizendo “ele é tudo pra mim” com um corte seco, que logo dá sequência ao diálogo e nunca tenta fazer do momento algo grandioso pela importância da relação mãe e filho.

O cineasta faz um filme no qual todas as relações e personagens são apenas dispositivos para os gêneros. A escolha de sequer dar um nome para seu protagonista – que é creditado simplesmente como O Protagonista – evidencia essa despersonalização do elenco. São todos dispositivos ambulantes que precisam exercer suas funções em uma cena ou na narrativa como um todo. São figuras abertamente genéricas, que muitas vezes caem na caricatura.

O cineasta faz um filme no qual todas as relações e personagens são apenas dispositivos para os gêneros

A melhor parte disso não é nem a caricatura por si, mas sim como Nolan finalmente aprendeu a saber rir de quando soa patético. Quando um vilão promete engasgar o protagonista com suas próprias bolas, o que vemos (ainda bem) não é a busca por transformar a ameaça em uma grande tensão mas sim de debochar dela, já que o próprio herói debocha da intimidação. 

“Tenet” é o filme mais pretensioso de Christopher Nolan que vimos até aqui. Não por sua complexa ideia de viagem (ou inversão) no tempo, mas sim pelo fato de o diretor conseguir olhar para toda sua estética, toda sua filmografia, e finalmente não se levar tão a sério, conseguindo brincar com o próprio cânone e estilo. Se cada cena dobra a aposta e torna “Tenet” mais mirabolante, o resultado é que no final não sobra muito para refletir sobre, e a experiência visual é pura e total. Fazer um longa que não se preocupe em explicar e ocultar buracos na trama a todo momento – e é sempre bom destacar, absolutamente nenhuma obra é boa ou ruim por furos de roteiro – mas de divertir pelos visuais, tendo tanto orgulho deles que faça cenas que simplesmente repitam o mesmo evento sob outra perspectiva, resulta em um dos mais divertidos e carismáticos filmes do diretor.

“Tenet” está disponível para compra e locação digital na Claro, SKY Play, VIVO Play, Google Play, Apple TV e Uol Play.

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