Web Summit 2023 - Rio: IA generativa é protagonista nos palcos do primeiro dia de evento • B9

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Web Summit 2023 – Rio: IA generativa é protagonista nos palcos do primeiro dia de evento

De regulamentação, passando pelo impacto nas empresas a como serão os avanços guiados por essa tecnologia

por Omar Jarouche / CMO da Cobli
Capa - Web Summit 2023 – Rio: IA generativa é protagonista nos palcos do primeiro dia de evento
Imagem: Chelsea Manning, consultora de segurança (esq.), e Leo Schwartz, repórter da Fortune. Foto: Piaras Ó Mídheach/Web Summit Rio via Sportsfile

Inteligência artificial generativa e ciência de dados estiveram presentes nos mais diversos contextos do início ao final do primeiro dia de Web Summit no Rio. Isso não chega a ser surpresa, uma vez que ferramentas para criar textos, imagens e vídeos estão na pauta do mundo corporativo e nas conversas informais. Separei alguns pontos interessantes que acompanhei nos painéis, mas antes disso, se você ainda não está familiarizado com o conceito de inteligência artificial generativa, o MIT Technology Review a entende como uma categoria de algoritmos que criam conteúdos originais baseados nas instruções recebidas pelos usuários. O exemplo mais comentado do momento é o ChatGPT.

Ética e regulamentação

Existem muitas dúvidas dos limites de uso, de como os algoritmos são criados e como irão se comportar quando forem treinados em um mundo onde parte relevante do conteúdo que utilizam para aprender vem da própria IA. Até agora o que temos à disposição é um conteúdo disponível criado pelas pessoas e as suas respostas, boas ou ruins, são uma foto do que existe até agora. Não será assim no futuro. Não à toa, ética e regulamentação apareceram em muitas discussões.

Para Chelsea Manning, ex-militar do exército americano que trabalha com inteligência e ciência de dados, por exemplo, é preciso entender e colocar limitações da inteligência artificial. Um ponto em comum quando o assunto é regulamentação é que quanto maior o risco, maior deveriam ser as regras para o uso de IA. E é importante que a regulação seja específica e não tão genérica que inclua um excel automatizado, por exemplo. Ela deve ser capaz de não limitar as inovações “no berço”. Para isso, mais gente tem que participar dessa discussão. As pessoas que trabalham com algoritmos têm uma grande responsabilidade para ajudar reguladores a entender a tecnologia. E não apenas Chelsea, mas outros painelistas comentaram da necessidade da contribuição da comunidade tecnológica nessa discussão.

Impacto nas empresas

Ao longo do dia, discutiu-se como essa tecnologia impacta o futuro do trabalho para as empresas – que precisam se preparar para viver em um cenário onde o uso da tecnologia é discutido por pessoas das mais diversas áreas e idades. Em MKT e propaganda, por exemplo, IA generativa está sendo bastante relevante para criar cenários para produtos. Isso abre um novo mundo de opções para a marca explorar.

Neil Patel também trouxe um ponto de vista muito interessante de como pensamos em IA em termos de ações para a “massa”, mas que essa tecnologia pode ser útil em ações bem pontuais. Por exemplo, hoje há um grande desafio em mensurar a eficiência da publicidade online, porque cada vez mais tem muito dado para analisar. Neil sugeriu imaginarmos um cenário no qual é possível colocar um IA para analisar os dados de ads e apontar o que está dando certo e onde você está desperdiçando. Na Cobli já possibilitamos aos nossos clientes ter acesso de maneira descomplicada a dados para extrair insights como de produtividade.

Um bom exercício para as empresas é criar grupos de discussão para pensar sobre possíveis usos de IA.

Como fica o futuro?

Embora otimistas, muitas discussões abordaram que ainda há muito a se entender e avançar quando o assunto é o uso de inteligência artificial. Só que mais do que tentar imaginar que tipos de coisas a tecnologia vai conseguir fazer, uma pergunta é bastante pertinente: você está preparado para qual futuro e para quem? A resposta vai variar de negócio a negócio ou de lugar para lugar. Um dado do IBGE mostra que no Brasil, 15% dos brasileiros nunca tiveram acesso ao celular. Portanto, é fácil nos iludirmos com tanta tecnologia incrível sendo trazida à tona, mas é bom lembrar e, principalmente discutir, qual o papel de todas essas inovações em um país com tanta desigualdade como o nosso. Ainda existe muito espaço para aumentar a penetração da tecnologia.


Foto: Eóin Noonan/Web Summit Rio via Sportsfile




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