“É Tudo Pra Mim”: iFood mira se tornar o app que resolve tudo com reposicionamento de marca
Empresa brasileira quer consolidar sua transformação de app de refeições para plataforma de conveniência completa
O iFood está reposicionando sua marca com a campanha “É Tudo Pra Mim”, destacando sua evolução de app de delivery de comida para uma plataforma completa de conveniência. A estratégia, que começou a ser implementada na última terça-feira (6) com filmes na TV aberta, chega no momento em que a empresa completa 14 anos de mercado.
Por que importa: A empresa busca aumentar a representatividade de categorias além de restaurantes, que hoje representam apenas 15% do faturamento. A meta é chegar a 40% nos próximos três anos.
“No último ano vimos o número dessas categorias saltarem 50%, tanto no volume de pedidos como em faturamento, o que mostra uma crescente na demanda por conveniência”, afirma Diego Barreto, CEO do iFood.
A companhia, que iniciou testes com mercados em 2019, expandiu para farmácias, pet shops e outros varejistas, construindo um ecossistema que hoje conta com:
- 115 milhões de pedidos mensais
- 55 milhões de clientes
- 360 mil entregadores
- 400 mil parceiros
A estratégia por trás da diversificação
O Clube iFood, serviço de assinatura de R$ 13,90 que oferece cupons e entregas gratuitas, será a base dessa transformação. Já são 12 milhões de membros entre os 25 milhões de clientes ativos.
Os números mostram o potencial da estratégia:
- Usuários de restaurantes com assinatura saltam de 4 para até 22 pedidos mensais
- Tíquete médio de restaurantes: R$ 50
- Tíquete médio de supermercados: R$ 160
A campanha, desenvolvida com consultoria de Nizan Guanaes e a agência DM9, mostra personagens em situações cotidianas questionando a dissonância entre o nome da empresa e o sortimento de produtos disponíveis no app.
Concorrência acirrada
A estratégia multisserviço chega enquanto o Rappi anuncia taxa zero para restaurantes e dois novos players prometem avançar no Brasil: o 99Food (sendo relançado) e a chinesa Meituan, maior empresa de delivery do mundo.
O iFood, avaliado em US$ 5,4 bilhões em 2022 quando foi totalmente adquirido pela holandesa Prosus, já sobreviveu à saída de concorrentes como UberEats (2021) e Glovo (2019).
Caminhos inversos: da marca ao conceito
Enquanto o iFood mantém seu nome já consolidado e expande seu escopo, outras empresas fizeram o caminho inverso. É o caso da antiga Gympass, que recentemente se tornou Wellhub para refletir sua evolução para além das academias. Uma alteração controversa, já que o nome da empresa já tinha até se tornado sinônimo da categoria.
O iFood parece seguir a estratégia oposta: mantém a força de sua marca já estabelecida, mesmo quando vai além do “food”, apostando que a associação positiva vá superar a eventual confusão sobre o que entrega.
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