Mattel e OpenAI vão criar brinquedos com inteligência artificial
Barbie que conversa e Hot Wheels que aprendem: parceria promete "reimaginar o futuro do brincar" com primeiro produto chegando ainda em 2025

Se você achava que sua infância foi interessante, espere para ver a próxima geração brincando com uma Barbie que responde perguntas ou um Hot Wheels que evolui conforme você joga. A Mattel anunciou uma parceria com a OpenAI para desenvolver brinquedos e experiências com inteligência artificial.
Por que importa: Esta é a primeira incursão formal da OpenAI no mercado de brinquedos, sinalizando como a IA está saindo das telas e invadindo o mundo físico. Para a Mattel, representa uma aposta de que o futuro do brincar passa pela tecnologia.
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O primeiro produto dessa colaboração será revelado ainda este ano, embora os detalhes permaneçam em segredo. A proposta é combinar a expertise da Mattel em experiências lúdicas com a tecnologia de ponta da OpenAI, criando produtos que “respondam a comandos, estimulem a criatividade e evoluam com o usuário”.
A estratégia por trás da parceria
A Mattel não está apenas terceirizando a inovação – a empresa mantém controle total sobre suas marcas e propriedade intelectual. O acordo não envolve licenciamento de IP para a OpenAI, garantindo que Barbie, Hot Wheels e outras franquias bilionárias continuem 100% sob controle da empresa de brinquedos.
“Nossos produtos são criados para inspirar, entreter e enriquecer a vida das pessoas por meio da brincadeira. A inteligência artificial amplia essa missão”, explica Josh Silverman, VP de Franquias da Mattel.
Além dos produtos, a Mattel também vai usar ChatGPT Enterprise internamente para acelerar processos criativos e desenvolvimento de novos conceitos. Traduzindo: a IA vai ajudar a criar os brinquedos e depois estar dentro deles.
IA responsável (ou tentativa de)
As empresas destacam o foco em “inovação responsável”, priorizando privacidade, segurança e adequação etária. Considerando que estamos falando de IA conversacional para crianças, essa não é uma preocupação menor.
A questão é: como garantir que um brinquedo alimentado por ChatGPT não ensine coisas inadequadas para uma criança de 5 anos? Ou que os dados das conversas infantis fiquem realmente seguros? As empresas prometem cuidado, mas os detalhes técnicos ainda não foram revelados.
Contexto mais amplo
A parceria acontece em um momento interessante para ambas as empresas:
Mattel: Ainda surfando no sucesso do filme “Barbie” (2023), a empresa está expandindo agressivamente para entretenimento digital, com filmes de Hot Wheels, Polly Pocket e UNO em produção, além do primeiro game oficial previsto para 2026.
OpenAI: Diversificando parcerias além de tech e mídia, com a recém-chegada ex-CEO do Instacart, Fidji Simo, como head de aplicações, e o lançamento do GPT o3-pro esta semana.
As perguntas que ficam
1. Privacidade: Como proteger conversas de crianças com brinquedos conectados?
2. Dependência: Brinquedos com IA vão funcionar offline ou precisam de internet constante?
3. Longevidade: O que acontece quando a OpenAI atualiza seus modelos?
4. Preço: Quanto vai custar uma Barbie com ChatGPT integrado?
Em resumo: A Mattel está apostando que o futuro do brincar é conversacional e adaptativo. Se der certo, pode revolucionar uma indústria de US$ 100 bilhões.
O primeiro produto chega ainda em 2025. Prepare-se para explicar para uma criança por que a boneca dela sabe mais sobre alguns assuntos do que você.
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