Pop Mart lança mini Labubu e CEO diz que faturamento de US$ 4 bi “será fácil”
Boneco viral ganha versão pocket e empresa chinesa vê ações dispararem 11% com febre global do monstrinho
A Pop Mart está miniaturizando o Labubu enquanto maximiza lucros. A empresa chinesa anunciou versões mini do boneco viral por US$ 22,99, ao mesmo tempo que o CEO Wang Ning disse a investidores que alcançar 30 bilhões de yuan (4,18 bilhões de dólares) em receita “será bem fácil”. As ações subiram 11% com o anúncio.
Por que importa: Labubu virou fenômeno cultural global inexplicável – filas quilométricas, mercado negro, bootlegs chamados “Lafufu”. A Pop Mart está capitalizando com velocidade chinesa: receita cresceu 204% no primeiro semestre para US$ 1,94 bilhão, com lucro subindo 397%.
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Os mini Labubus chegam em 29 de agosto com 10cm de altura (um iPhone 16 tem 14,7cm), perfeitos para pendurar no celular. Virão em 30 cores diferentes, vendidos em blind boxes – você só descobre qual pegou depois de abrir. A série “The Monsters Pin For Love” também terá pingentes de letras por US$ 18,99.
Os números são absurdos: só a linha The Monsters (família do Labubu) gerou 4,81 bilhões de yuan no semestre. Receita de pelúcias cresceu 1.200% em 2024. Nas Américas, vendas explodiram mais de 1.000%.

Wang Ning foi transparente na ganância: começou o ano projetando crescimento de 50%, depois subiu para 20 bilhões de yuan, agora fala em 30 bilhões “fácil”. É a confiança no delírio coletivo alimentado por monstrinho de dentes pontudos.
A expansão é agressiva: 140 lojas internacionais hoje, 200 até fim de 2025. Nos EUA, onde tem 40 lojas, abrirá mais 10 este ano. Estão mirando América Latina, Oriente Médio e Europa Central como próximas fronteiras.
Em Pequim, a Pop Land (parque temático da marca) viu vendas de ingressos multiplicarem por 6 em junho versus ano passado. Ingresso custa 88 yuan (US$ 12) contra 748 yuan (US$ 104) da Universal Beijing. Wang promete expansão “em larga escala” do parque.

O fenômeno desafia lógica: adultos fazendo fila de madrugada por boneco de pelúcia com dentes. Celebridades postando selfies. Turistas americanos visitando parque temático em Pequim. Bootlegs virando celebridades próprias.
Analistas do Morningstar alertam sobre “alta incerteza na popularidade de longo prazo”. Mas quando CEO diz que nem ele consegue prever crescimento dos lucros, você sabe que está surfando bolha cultural imprevisível.
Para contexto: a Pop Mart foi fundada em 2010 por Wang Ning aos 23 anos. Começou vendendo Molly em 2016, Labubu chegou em 2018, mas só explodiu globalmente em 2023 com versões de pelúcia.
A real? Pop Mart criou escassez artificial, FOMO manufaturado e comunidade global em torno de monstrinho que parece ter saído de pesadelo infantil.
Vai durar? Histórico de manias de colecionáveis sugere que não. Mas por enquanto, a empresa está imprimindo dinheiro vendendo pelúcia de US$ 23 para adultos que fazem fila às 3 da manhã.
É o capitalismo tardio em sua forma mais pura: transformar ansiedade millennial em boneco fofo com dentes assustadores.
Mini Labubus disponíveis 29 de agosto no site da Pop Mart, app e TikTok oficial.

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