Nem Schwarzenegger é suficiente para justificar um novo “Exterminador do Futuro” • B9

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Capa - Nem Schwarzenegger é suficiente para justificar um novo “Exterminador do Futuro”

Nem Schwarzenegger é suficiente para justificar um novo “Exterminador do Futuro”

Diretor Alan Taylor não consegue acompanhar sua principal estrela, limitando-se a imitar a franquia sem fazer um novo filme

por Virgílio Souza

“O Exterminador do Futuro: Gênesis” é o melhor filme da franquia desde “O Julgamento Final”, segundo capítulo dirigido por James Cameron e lançado em 1991. Trata-se de uma crítica um tanto óbvia, facilitada pela enorme distância entre a qualidade dos dois primeiros e as inúmeras fraquezas dos dois últimos, sobretudo daquele estrelado por Christian Bale, mas essencialmente verdadeira. Apesar do esforço em reunir as características mais marcantes da série, a sensação final é mais de alívio que de entusiasmo.

Dirigido por Alan Taylor (de “Thor: O Mundo Sombrio” e seriados televisivos como “Game of Thrones” e “The Sopranos”), este quinto episódio parece ter ambições de ser ainda maior que seus antecessores, em escala e escopo. Como se reunisse as premissas de T1 e T2, a trama parte da frente de resistência contra o domínio das máquinas, em 2029, em direção ao passado, em 1984, passando por alguns momentos nos tempos atuais enquanto tenta articular todas as suas peças. Embora potencialmente interessante, no entanto, a história nunca caminha com naturalidade, segurança e confiança nas próprias pernas.

Potencialmente interessante, a história nunca caminha com naturalidade, segurança e confiança nas próprias pernas

O problema é anunciado desde a longa sequência de abertura, quando Kyle Reese (Jai Courtney) contextualiza a história no espaço-tempo e demarca seus objetivos iniciais ao lado de John Connor (Jason Clarke), líder do exército humano. Durante vários minutos, em que se recriam sequências inteiras do longa dos anos 80, uma narração em off delimita a origem e o destino dos homens, bem como todos os riscos envolvidos no trajeto, mas falha fundamentalmente em definir os limites de seu universo, o que gera falhas posteriores graves. O contraste com o silêncio que inaugura o filme original e calmamente apresenta personagens e motivações é evidente, sinal claro dos tempos recentes de superexposição dos blockbusters de Hollywood e, entre outras coisas, de que Taylor está longe de ser Cameron.

Schwarzenegger e o diretor Alan Taylor no set

Schwarzenegger e o diretor Alan Taylor no set

Terminator

Em termos de estrutura, é incômodo que o texto de Laeta Kalogridis e Patrick Lussier se prenda tanto a reviravoltas inexplicáveis ao mesmo tempo em que busca, com tamanha insistência, fazer sentido. Diálogos explicativos dominam boa parte das interações entre os personagens, de modo não apenas a pontuar novas dinâmicas e situar o espectador entre tantas linhas do tempo e missões paralelas, como também para justificar aspectos injustificáveis do roteiro.

Seja pela qualidade da escrita ou pelo fato de que não há demanda ou necessidade para tanta exposição, esta busca por plausibilidade jamais se justifica e provoca a impressão de se tratar de uma peça de fan fiction em que os novos autores pretendem saber mais que o criador. O filme tenta demais — com armas, veículos, personagens mudando de lado — e acaba se revelando incapaz de realizar seus intentos mais básicos satisfatoriamente, estabelecendo um ritmo atropelado, inconstante e mais preocupado com o que de fato não importa.

Irregular também é a construção visual de “Gênesis”, talvez seu pecado mais grave. Os efeitos visuais são eficientes quando desempenham o papel de acessório para a narrativa, como na sequência inicial de destruição de cidades inteiras, mas falham nos momentos em que são colocados como centro da ação, como na inexplicável perseguição de helicóptero e na confusa batalha final. Se os dois primeiros longas conseguiam camuflar a artificialidade de certos recursos mesmo apostando em planos extensos e ambiciosos graças a uma coreografia bem planejada da ação, este capítulo parece abraçar essa artificialidade em prol de uma estética quase cartunesca, que se aproxima de vídeos promocionais de videogames em trechos arbitrários e sem manter qualquer coerência.

Terminator

Schwarzenegger é o verdadeiro destaque, o único capaz de trazer para “Gênesis” algumas das discussões que inicialmente pautavam a franquia

Ainda assim, é possível identificar os méritos de Taylor com relativa facilidade. A direção de atores é interessante, especialmente quando permite que seus personagens saiam, mesmo que por instantes, da lógica de cumprimento da missão central. A decisão ganha importância porque o elenco principal é capaz de se equilibrar entre as inconstâncias do roteiro, tornando um pouco mais críveis as mudanças repentinas pelas quais passa: Emilia Clarke pode não ser tão impactante quanto Linda Hamilton (de T2), mas atende às demandas do longa, enquanto Jason Clarke segura as pontas na pele de um Connor adulto muito mais presente e atuante do que nas produções originais.

Terminator

Arnold Schwarzenegger, porém, é o verdadeiro destaque do filme. Carismático e habituado a personagens que têm na busca por uma identidade seu verdadeiro propósito (tema que rendeu um curioso ensaio visual do ScreenCrush), ele é o único capaz de trazer para “Gênesis” algumas das discussões que inicialmente pautavam “O Exterminador do Futuro” — proteger a vida do garoto ou eliminá-lo?, adaptar-se e assimilar as características dos humanos ou manter-se como máquina sob controle?, e até mesmo seu envelhecimento são alguns destes elementos. O ator desempenha esta função com excelência, preservando clássicas frases e adicionando novas ao repertório, investindo no combate físico com a mesma energia de outrora e promovendo alívio cômico ao lado de O’Brien (J.K. Simmons).

O ponto central, porém, é a inabilidade da produção em acompanhar sua principal estrela. O descompasso entre as duas partes — uma figura que entende a série e evoluiu ao seu lado, consciente o bastante para afirmar ser “velho, mas não obsoleto”, e uma equipe criativa que pretende imitá-la sem, fundamentalmente, fazer um novo filme, limitando-se a inserir mais explosões e reviravoltas — é o que sepulta as chances de inserir o quinto capítulo com firmeza no imaginário da franquia. O peso do passado pode até ser suportado por Schwarzenegger, mas certamente é grande demais para os responsáveis por este último episódio.

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