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Exclusão de categorias da transmissão do Oscar 2019 gera onda de críticas a Academia em Hollywood

Membros da indústria responderam com duras críticas ao anúncio da retirada dos prêmios de Fotografia, Montagem, Curta-Metragem e Maquiagem da transmissão televisiva do evento

por Pedro Strazza

O martírio do Oscar 2019 segue acontecendo em Hollywood. Depois de confirmar a presença das cinco músicas indicadas ao prêmio de Canção Original na cerimônia e garantir que os quatro atores e atrizes vencedores das estatuetas de atuação no ano passado apresentariam algumas categorias este ano – ambas feitas sob forte pressão do público, da imprensa e da própria indústria em vista de rumores que diziam o contrário – a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou na noite de ontem (11) que a divulgação de quatro dos 24 prêmios distribuídos pela entidade não serão feitos ao vivo na transmissão oficial deste ano.

A medida no caso engloba as categorias de Fotografia, Montagem, Maquiagem e Penteados e Curta-Metragem, que terão seus anúncios transmitidos pelo streaming da premiação nas redes sociais e depois serão editados na versão televisiva. A decisão, segundo o atual presidente John Bailey, teria sido para ajudar a diminuir a duração da cerimônia para o tempo desejado de 3 horas, uma das polêmicas metas firmadas pela Academia no ano passado para melhorar a audiência do prêmio na televisão, no qual a transmissão só tem perdido público – tanto que as quatro categorias que foram “omitidas” acontecerão durante os comerciais.

A notícia obviamente pegou mal, tanto entre o público e a indústria. Enquanto as redes sociais foram dominadas por mais uma enxurrada de críticas às tentativas de recuperar o público da TV (um que infelizmente não deve voltar, dado que as quedas acompanham a diminuição do interesse da população mundial pela programação televisiva), cineastas de todas as funções e origens também se manifestaram contra a ideia. O foco, claro, se deu em torno das categorias de Fotografia e Montagem, duas das partes mais fundamentais da sétima arte e que agora, por medo de mais uma queda de audiência, não terão seus melhores consagrados na telinha.

Entre os realizadores, o principal nome a se manifestar foi Alfonso Cuarón, cineasta mexicano que este ano foi indicado a quatro categorias do prêmio e vê seu “Roma” ser considerado um dos grandes favoritos à estatueta de Melhor Filme. No Twitter, Cuarón escancarou o absurdo de descartar a transmissão de Fotografia e Montagem ao ressaltar o quão necessário foram as duas para a História do Cinema “Nenhum filme já feito existiu sem fotografia e montagem” ele escreveu na rede social.

Alguns dos profissionais das categorias prejudicadas na transmissão também não esconderam seu desgosto pela decisão. Os diretores de fotografia Steve Yedlin e Reed Morano, respectivamente responsáveis pelo trabalho de câmera em “Star Wars: Os Últimos Jedi” e a série “The Handmaid’s Tale”, se manifestaram de forma irônica e irritada ao desrespeito da Academia pelo prêmio de Fotografia.

Outros membros da indústria também se posicionaram de forma semelhante, como os produtores e roteiristas de “Um Lugar Silencioso” Scott Beck e Bryan Woods, os diretores Joe Dante e James Mangold, o produtor de “La La Land” Jordan Horowitz e até mesmo o ator Russel Crowe.


https://twitter.com/jehorowitz/status/1095112184479137793

Até mesmo o Festival de Tribeca, importante mostra de cinema que rola no coração de Nova York, soltou uma espécie de “nota de repúdio” à Academia em seu Twitter, classificando a medida como “desrespeitosa” e clamando que os indicados das quatro categorias afetadas sejam devidamente “reconhecidos na transmissão”.

No Brasil, enquanto isso, o diretor de “Aquarius” e “O Som ao Redor” Kléber Mendonça Filho classificou a decisão de retirar o Oscar de Fotografia e Montagem de um prêmio de cinema como “reveladora” em seu perfil no Facebook.

Houve quem tentasse relevar a situação por meio de esclarecimentos. Vencedor do Oscar de Direção e Filme no ano passado por seu “A Forma da Água”, o mexicano Guillermo del Toro buscou salientar como na verdade os prêmios não seriam excluídos do Oscar mas sim “não transmitidos”, sendo os primeiros do esquema rotatório proposto pela Academia para garantir a redução de tempo da cerimônia na TV.

A grande questão do momento, claro, é entender o porquê da Academia ter decidido por estas categorias para retirar da transmissão oficial. Uma das principais teorias que rolam no momento é de que a entidade teria decidido por estas quatro estatuetas pois nenhuma delas inclui produções da Disney, o que é uma coincidência e tanto se considerar que o estúdio é dona da ABC (emissora que tem os direitos de transmissão do Oscar e que foi responsável por pressionar a Academia em busca de melhora nos índices) e encontra-se forte na corrida pelo prêmio este ano graças à presença maciça de “Pantera Negra” – além dele, “Vingadores: Guerra Infinita”, “Bao” e “Christopher Robin” também estão na disputa em categorias menores.

Outra especulação, sobretudo em relação às três categorias de longa-metragens, é que as escolhidas tem em comum o fato de acumularem as menores bilheterias combinadas em suas listas de indicados – uma informação que, considerando o ano especialmente lucrativo dos filmes indicados ao principal prêmio, poderia ter pesado na decisão da Academia.

Por fim, uma teoria que tem circulado entre os jornalistas é o fato dos “braços” dos comitês que ajudam a eleger o Oscar serem comparativamente menores em relação aos outros. Se o número de votantes por trás das pré-seleções de Montagem, Fotografia e Maquiagem e Penteados giram entre 200 e 300 pessoas, os comitês de Som e Efeitos Visuais orbitam a faixa das 450 e 500 eleitores, um número que pesaria muito em uma decisão tomada por votação.

A questão agora, porém, é saber se a Academia vai mesmo bancar a própria proposta e apresentar o prêmio sem parte de suas categorias. A exemplo do que aconteceu com a presença dos vencedores do ano passado e de todas as canções indicadas, movimentos a favor da abolição da ideia vem perdurado nas redes sociais, com a hashtag #PresentAll24 (#ApresenteTodasAs24) sendo uma das principais ferramentas para chamar a atenção de Bailey e o comitê responsável pela apresentação – que, vale lembrar, já não contará com um anfitrião este ano. Faltando pouco menos de duas semanas para o evento, é certeza que o Oscar deve passar os últimos dias sobre grande artilharia da imprensa, do público e da própria Hollywood.

Enquanto nada acontece, há quem busque defender a presença das 4 categorias pelo passado, como a thread abaixo que relembra o quão fundamental estas estatuetas foram para tornar o 90° Oscar tão marcante – como muitos lembraram, se a medida tivesse sido aplicada no ano passado, o público teria perdido o momento histórico em que Roger Deakins, o lendário diretor de fotografia de produções como “Blade Runner”, “Onde os Fracos Não Tem Vez” e “Sicario”, foi consagrado pela Academia após 13 esnobadas.

A 91° edição do Oscar acontece no próximo dia 24 de fevereiro, em Los Angeles.

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