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O grande truque de “Lupin” é manter tudo a serviço da história

Na véspera da estreia da 2° parte, Omar Sy, Ludivine Sagnier e showrunner George Kay comentam sucesso inesperado da série francesa e trunfos para manter público engajado em histórias mirabolantes

por Pedro Strazza

Entre o fenômeno notável da estreia de “Bridgerton” e o retorno sólido de “Cobra Kai” para sua terceira temporada, não passou batido a ninguém no começo do ano a ascensão inesperada de “Lupin” nos rankings de popularidade da Netflix. Releitura do famoso personagem dos livros de Maurice Leblanc, o seriado não apenas acumulou uma audiência gigantesca – mais de 76 milhões de usuários assistiram os cinco episódios em janeiro – como se tornou a primeira produção francesa do serviço a cravar lugar no Top 10 do streaming nos Estados Unidos, um país onde a barreira cultural se encontra no domínio da língua inglesa.

Considerando esse impacto, não chega a ser uma surpresa que o seriado tenha saído da condição de “mais um” no catálogo da Netflix para uma de suas principais apostas de público do momento, com os cinco capítulos da segunda parte do programa chegando à plataforma nesta sexta (11) com toda a pompa de um “blockbuster” da empresa. Ganchos não faltam para fazer o público voltar ao programa neste segundo momento, em especial por conta do desfecho do último episódio envolvendo o rapto de Raoul, filho do protagonista Assane.

Independente dos resultados desta nova leva de episódios no sempre volátil ambiente do streaming, porém, os resultados da série até aqui já são o suficiente para impressionar os envolvidos. “Quando você faz algo assim você sempre espera que as pessoas vão ver e se apaixonar, mas você não espera algo como isso, tão massivo” explica Omar Sy durante a coletiva virtual e global para divulgar a segunda parte do programa. Centro das atenções do evento, o protagonista e produtor chega a comparar a presença de “Lupin” no catálogo como de uma equipe olímpica: “A Netflix é como as Olimpíadas para séries, então nós tínhamos a bandeira francesa e queríamos fazer algo muito legal, que representasse a França de uma boa maneira”.

Intérprete da ex-namorada e mãe do filho do protagonista, Ludivine Sagnier divide o mesmo assombro do colega de elenco sobre a repercussão ampla do seriado ao redor do mundo. “Eu tinha a impressão de que poderia ser um grande hit na França, porque o Omar é um ator muito popular e ele é amado em todo lugar” disse a atriz logo no início do evento para a imprensa; “O que eu não esperava é que fosse ser algo global, apenas na Netflix daqui. Eu não podia acreditar que os números realmente chegavam a 76 milhões, eu ainda não acredito”.

Já para o criador e showrunner George Kay, o sucesso global de “Lupin” se deve muito à própria proposta do programa, algo que chamou sua atenção desde o momento em que aceitou o projeto. “É tudo sobre a França, é tudo situado por lá” explica o produtor; “A França é um lugar global, as pessoas querem visitar e ver Paris, e se você vive lá é algo que você pode esquecer. Mas se você não é daqui, como eu, você pensa como é um lugar maravilhoso para se realizar uma série com grandes atores e cenários franceses”.

O segredo é ser divertido

Ainda que a recepção mastodôntica seja o tópico mais “quente” em torno de “Lupin”, elenco e produtores gostaram de salientar algumas vezes durante a coletiva sobre o quão interessante é realizar um programa que vai do humor ao thriller sem nunca perder a identidade própria. “Nós tentamos misturar o maior número de vezes possível na série, mas o ponto central é fazer da forma mais divertida possível” explica Kay, que também deixa claro como o programa mantém esta estratégia mesmo com um ponto de partida mais nervoso como nos novos episódios: “É obviamente uma situação pessoal muito intensa e nós fomos fundo nesta trama do pai com uma missão no começo [dos novos episódios], mas depois disso o desafio é manter o tom da produção variado”.

Muito dessas idas e vindas do clima se deve muito aos dois núcleos maiores da história, que como Assane se divide entre a jornada de justiça do protagonista e seu amor pela família representada em Raoul e Claire (Sagnier). Aos olhos de Kay, conforme os episódios passam essa questão só ganha mais camadas: “A situação conflitante que Assane se encontra é se ele continua a mover a vingança pela morte do pai ou tenta focar em ser um bom pai, e essas duas partes meio que colidem durante o curso da segunda parte, o que em si é uma espécie de ricochete da primeira” afirma o showrunner, que define estes novos episódios como “intensos, complexos e surpreendentes”.

Neste ponto, Omar Sy e Ludivine Sagnier são muito gratos à centralidade que o produtor ocupa na realização do programa. “Esta foi a primeira vez que trabalhei num programa com vários diretores, mas é bom ter um showrunner como George, que é responsável pela unidade do tom e da direção” explica a atriz; “Mesmo que os diretores tenham cada um sua própria personalidade, eles mantém uma mesma gramática, e eu acho que é isso que cria densidade para toda a série”.

Já para Sy, “A parte mais interessante em fazer uma série de TV como essa é que você tem tempo, então você tem como brincar com o personagem em situações muito diferentes”, e o ator ainda diz que adora trabalhar com Kay pois o produtor consegue “trabalhar em turnos diferentes”, permitindo-o que ele trafegue pelo papel como uma grande montanha-russa.

Para o criador, a experiência pode até ser comparada a atração de um parque de diversão, mas em termos de língua a situação é bem mais simples. De origem inglesa, Kay esclarece que todos os roteiros do seriado foram escritos na sua língua de origem, apenas sendo traduzidos para os textos de filmagem graças ao fato do elenco e diretores envolvidos saberem bem o inglês – “se fosse de outro jeito seria desgastante traduzir lá e cá sempre” brinca ele ao falar de tudo isso.

Mensagem social a serviço da história

Em meio a todo o trabalho lúdico, o seriado também carrega forte comentário social, em especial na forma como Assane aproveita o aprendizado mirabolante dos livros de Arsène Lupin enquanto um homem negro sujeito a situação de racismo na França. O retrato dos trabalhadores no curso da história chamou muito a atenção na primeira temporada e na segunda parte manteve posição central – logo no primeiro episódio, por exemplo, o protagonista se vê num impasse quando não consegue respostas num bar no interior porque dono e frequentadores claramente não querem falar com ele apenas por ser negro.

“Eu acho que é realmente importante continuar voltando a isso, a esses temas” diz Kay na coletiva; “As pessoas que trabalham debaixo das escadas, acima das escadas e em todas as partes da vida dizem muito sobre a sociedade”. Para o showrunner, porém, a forma que ele encontrou de introduzir esses temas ao longo da série foi de alocá-los “a serviço da história e da diversão do programa”, chegando a comentar que “ninguém quer assistir uma produção política na TV por quase dez horas”. “Você quer que estas mensagens flutuem ao redor dos acontecimentos, mas em essência manter o lúdico e contar esta história legal sobre os personagens” afirma.

Omar Sy concorda com o produtor. “É muito bom que a primeira coisa que tenhamos em mente é que nós queremos entreter, mas essas mensagens sociais que temos são legais porque podemos usá-las como uma ferramenta para contar a história. E o George é muito bom nisso, ele soube brincar com todo esse lance político.” comenta, reafirmando ainda que tudo no seriado é uma questão de “equilíbrio”.

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