Rappi inicia vacinação de entregadores na Colômbia, mas prioriza “quem faz mais entregas”
Empresa adquiriu 4 mil doses de Sinovac, sendo 2 mil para os entregadores. Ao todo, país conta com mais de 40 mil colaboradores fazendo entregas pelo app
Em abril, o presidente da Colômbia, Iván Duque, autorizou a compra de vacinas contra Covid-19 pelo setor privado do país. Seguindo as regras do Programa Nacional de Vacinação colombiano, os imunizantes devem ser disponibilizados gratuitamente aos funcionários das empresas que optarem pela imunização particular dos trabalhadores. Neste contexto, Rappi – que é uma startup de Bogotá – anunciou o início da vacinação dos colaboradores que trabalham fazendo entregas pelo app, mas seus “critérios de prioridade” têm gerado polêmica.
Em entrevista à Blu Radio na terça-feira, 29/07, Juan Sebastián Rozo, diretor de Relações Públicas do Rappi, afirmou que a empresa comprou 4 mil doses de Sinovac. Desse total, 2 mil iriam para imunizar entregadores, sendo mil doses para a cidade de Bogotá, 500 para Medellín, 250 em Cali e mais 250 em Barranquilla. Segundo a empresa, a princípio essas cidades fora priorizadas porque é onde há um maior número de pedidos pelo app no dia a dia e, portanto, o risco de contágio pela Covid-19 seria maior para os colaboradores.
Além disso, Rozo afirmou que a imunização prioriza entregadores com menos de 45 anos e “que prestam mais serviço”. Ou seja, quem faz mais entregas vacina primeiro. “Estão sendo priorizados os distribuidores que prestam mais serviço. Quem faz mais pedidos, quem está mais conectado. Nosso objetivo é dar ferramentas de proteção aos distribuidores que prestam mais atendimento”, explicou.
O critério de seleção foi bastante criticado nas redes sociais, assim como a vacinação de apenas 2 mil entregadores, quando no país a empresa conta com cerca de 40 mil entregadores trabalhando com o app.
Em nota, o Rappi garantiu que priorizaria “aqueles entregadores que na história estão conectados há mais tempo no Rappi fazendo pedidos, por entender que são os que correm maior risco de contágio”. Segundo Matías Laks, gerente geral do Rappi na Colômbia, a proposta da empresa é de vacinar todos os entregadores: “Desde que aderimos ao plano de vacinação, validamos que tínhamos todos os requisitos para cumprir nossa proposta de vacinar os entregadores. Depois de validado que a norma permitia, avançamos na iniciativa e hoje temos muito orgulho de ser a primeira empresa de economia colaborativa do mundo que vai contribuir com dinheiro para ampliar a vacinação de quem está cadastrado para gerar renda com o Rappi”, disse Laks.
O Ministério da Saúde da Colômbia deixa claro que uma das condições para as empresas participarem do processo de imunização privada, é que as vacinas adquiridas não podem excluir nenhum trabalhador da empresa. “Não é uma vacina direcionada a alguns grupos das empresas, mas o plano de vacinação do empregador ou da empresa deve contemplar todo o pessoal que faz parte da empresa”, explica o Ministro da Saúde Fernando Ruiz.
Com a discussão sobre o Rappi, Gerson Bermont, diretor de Promoção e Prevenção do Ministério da Saúde, reiterou também em entrevista à Blu Radio que “quem quer entrar no jogo, deve vacinar 100% de seus trabalhadores. Não seria justo escolher apenas a diretoria”.
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