Suzanne Power e James Blake. Foto: Getty UK
James Blake é certamente um dos mais talentosos multiinstrumentistas de sua geração, integrando a turma que ganhou autonomia na imersiva e individual produção musical dentro de seu próprio quarto (os tais “bedroom producers”) no início da carreira em 2011, quando lançou seu homônimo álbum de estreia. Mas, antes de mergulhar nas experimentações digitais como artista independente, seu caminho profissional foi pavimentado pela inspiração no pai durante a infância, James Litherland (guitarrista do Colosseum, banda britânica de rock progressivo), posteriormente somando 14 anos de aprofundamento técnico – começando, claro, pela música clássica. Mas eu só trouxe essa microbiografia para contextualizar quem não o conhece e o ponto que eu mais amei do painel ‘James Blake on the Magic and Rigour of Unfettered Creativity’, que se conecta profundamente ao nosso mercado: “colaboração é psicologia”.
Essa reflexão verbalizada por Blake é consequência de sua evolução na música – do isolamento completo (com um laptop, um teclado, o queridinho Ableton Live e o sonho de fazer arte) a parcerias em estúdio com uma galera do nível de Brian Eno, Rick Rubin e Frank Ocean. E aí, o cara que, de forma solitária, debruçou-se na técnica ao entender que só com ela poderia craftar seu som para trilhar estradas mais experimentais e inovadoras, resolveu dar passos inéditos de cocriação junto a outros compositores e produtores em prol da mesma potencialização da criatividade. Jornadas, conhecimentos e bagagens distintas, mas profundamente poderosas quando bem recepcionadas em um coletivo de mentes e corações abertos. O resultado disso você pode ouvir na sua plataforma de streaming preferida. E eu te desejo boa viagem.
“Colaboração criativa é aprender mais sobre você enquanto navega na troca com as outras pessoas. E entender que o espaço se conecta com a existência e abrangência de cada um na sala”, disse. “Isso não quer dizer que seja fácil. Vivi muitos momentos constrangedores (risos). Mas aprendi a seguir e, inclusive, trabalhar em ideias que não fossem minhas. Ouvir os outros e chegar a lugares que se comprovaram muito mais acertados que àqueles em que eu acreditava. Temos nossos julgamentos e preconceitos, isso é normal. Mas precisamos nos equilibrar e extrair o máximo potencial de cada um.” Sim, colaborar é psicologia porque perpassa por egos, emoções e intuições entre os envolvidos. Com abertura e maturidade emocional, pode dar muito certo e todos ganharem a partir do residual daquela dedicação.
Não, nunca gravei um disco, no piano eu só aprendi um trecho de Danoninho/Bifinho quando eu era criança (e que, claro, sequer lembro como tocá-la), não tenho 0,010% da genialidade deste cidadão e não sou artista. Carrego no currículo um diploma em jornalismo e uma trajetória profissional que me levou à publicidade, onde hoje felizmente tenho a oportunidade de, junto a muitos colegas talentosos, aplicar minha criatividade construindo estratégias e ideias de conteúdo para grandes marcas. Mas tem uma coisa que, humildemente, me gerou um senso de identificação com Blake: a crença nos aprendizados da cocriação.
Falo isso porque, na estrutura multidisciplinar de uma agência, acredito, como muitos, que a ideia pode surgir de todos os departamentos. E que cada expertise ali tem capacidade de somar e potencializar um projeto – principalmente quando falamos na omnicanalidade cada vez mais complexa que vivenciamos. Realmente não consigo pensar em nada mais potente do que a coletividade. Sobre trocar ideia, buscar soluções de maneira parceira e aprender com quem trabalho – e também ensinar um pouco do que sei. Meu exercício diário é realmente não cair nas ciladas do ego. Por experiência própria, tive muito mais sucesso na minha curta jornada quando o silenciei em meus pensamentos. Logo, nesses momentos, me vi muito mais feliz.
Suzanne Powers, Founder & co-CEO da all&, não é inocente. Ao convidar Blake para um papo no Palais, tangibilizou como a inteligência emocional e a tal da colaboração são um ponto de intersecção entre diversas vertentes da criatividade – inclusive quando aplicada neste nosso mercado, que busca geração de conversas, relevância cultural e, sobretudo, resultados de negócio.
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