Na mente da Geração Z: Cannes 2025 e o poder da cultura jovem

Cannes Lions 2025 foi uma vitrine de tendências — entre IA, branding e diversidade —, mas o que me chamou atenção foi um movimento claro: as marcas aprenderam a falar a língua da Geração Z. De ações com gamers e influenciadores até campanhas que pareceriam ‘feitas por Zs’, o festival foi o palco de uma nova maneira de performar — muito mais ágil, autêntica e culturalmente relevante.

A Geração Z não é passiva. Eles jogam, criam, postam, remixam. Neste ano, Cannes apresentou cases que entenderam que a atenção desse público é conquistada quando há participação ativa, não apenas consumo.

O festival incluiu palestras e trilhas dedicadas à Creator Economy, com debates sobre ROI prático, estratégias, craft e colaboração direta entre marcas e criadores. Mais de 87% dos consumidores afirmam que aceitam conteúdo patrocinado por criadores — provando que não é sobre influência, mas sobre identificação.

Veja abaixo alguns dos cases que mais performaram e geraram conexão real com a Geração Z:

Call of Discounts – Mercado Livre × Call of Duty

Grand Prix – Entertainment Lions (Gaming)

Transformar uma live do Neymar no Call of Duty em uma experiência de caça ao tesouro com cupons do Mercado Livre foi um acerto de timing e cultura. A audiência participava ao encontrar Neymar disfarçado dentro do jogo — performance pura, viralização e conversão.

Haaland Payback Time – Clash of Clans × Erling Haaland

Grand Prix – Entertainment Lions (Sport)

A possibilidade de destruir a vila de Haaland dentro do jogo virou um protesto brincalhão, divertido e extremamente conectado com o espírito Gen Z. Foi fandom, trolling e gameplay em alta escala.

Tracking Bad Bunny – DDB Puerto Rico

Grand Prix – Entertainment Lions (Music)

A tour do Bad Bunny foi convertida em caça ao tesouro via Google Maps. Uma experiência que falava a língua de quem vive com o celular na mão e respira cultura digital. Foi game, foi fandom e foi participação ativa.

Believe in Chicken – KFC × Mother

Leões de Bronze – Film Craft

O filme começa surreal: pessoas devoram seus próprios braços, tudo se transforma em bolo e fantasia — até que finalmente encontram o verdadeiro frango da KFC. É caótico, exagerado, quase absurdo — e totalmente Gen Z. Um filme que celebra o produto com irreverência estética e quebra de lógica tradicional.

Cultura + performance = conexão real

O denominador comum dos cases acima? Interação real. Eles envolvem o consumidor como parte ativa, criam experiências compartilháveis e misturam entretenimento com dados tangíveis. Falam com a Geração Z no tom certo, usando linguagem visual, humor nonsense e protagonismo.

O que isso nos ensina?

1. Fale como Zs, não para Zs.

2. Integre criadores desde o começo.

3. Conceba performance real: viva, participativa, mensurável.

Conclusão

Cannes 2025 deixou claro que a Geração Z já não está no final do processo criativo. Ela está no centro. As marcas que investem nesse público são aquelas que se conectam com cultura, estética e comportamento. Só assim se conquista e só assim se performa.

Mais dois cases que se conectaram com a Geração Z

Vaseline Verified – Ogilvy Singapura

Grand Prix – Social & Creator Lions

Assista ao videocase:

Para combater hacks virais perigosos, a Vaseline criou uma campanha onde médicos testam tendências de beleza das redes sociais. Os que funcionam recebem o selo ‘Vaseline Verified’, enquanto os perigosos são expostos em espaços públicos. A ação ganhou a Geração Z ao misturar ciência, conteúdo nativo e influência com responsabilidade.

Dove – Share the First (Creator Takeover)

Ativação no LIONS Creators Rooftop (Brand Experience & Creator Economy)

Videocase ainda não disponível publicamente

Em um takeover no espaço dos criadores em Cannes, Dove criou a ‘Share the First‘, uma experiência imersiva convidando jovens a compartilharem suas ‘primeiras vezes’ de forma autêntica, sem filtros. O espaço incluía estúdios de foto, ações colaborativas e conversas sobre bem-estar digital. A ativação dialogou diretamente com valores Gen Z como vulnerabilidade, originalidade e autocuidado.