SXSW 2026 encolhe, vira “vila criativa” e renomeia Interactive para Innovation

O South by Southwest anunciou seu plano para transformar o ­­­­­­­­downtown de Austin em um “experiential village” de 12 a 18 de março de 2026, reunindo todas as frentes do evento ao mesmo tempo. Mas o marco dos 40 anos virá sem o veterano Hugh Forrest, demitido em abril após 35 anos de casa — parte de uma onda de cortes que enxugou a liderança do festival.

A edição 2026 também não contará com o tradicional Austin Convention Center, que será demolido para construção de um novo, que só deve ficar pronto em 2029.

Por que importa:

  • O primeiro SXSW pós-Forrest testará se o festival consegue manter seu DNA de descoberta criativa sem o curador que inventou a track de tecnologia em 1994.
  • O evento precisará entregar experiência “phygital” em plena reconstrução do Austin Convention Center, usando bairros temáticos como solução urbana pop-up.

O que muda

  • Sete dias simultâneos – Música, Filme & TV e Innovation (novo nome da antiga Interactive) acontecem juntos.
  • Música +1 – o Music Festival ganha sete noites de showcases.
  • Bairros por crachá – badges de Music, Film & TV ou Innovation dão acesso a hubs dedicados; o Platinum continua liberado geral.
  • Crossover com o EDU – 12/3 vira dia-ponte com painéis mistos entre educação e as outras trilhas.

Bastidores: adeus a Hugh Forrest

  • Forrest assumiu a presidência solo em dez/24 e foi desligado quatro meses depois, junto a pelo menos 10 líderes de Música e Comédia.
  • Em nota, disse que “deixar o SXSW não foi minha escolha” e que colocou “corpo e alma no evento por mais de 35 anos”.
  • A demissão ocorre após a venda de 50 % do festival à joint-venture P-MRC e dois ciclos de layoffs em 2024-25.

E agora?

  1. Disputa de narrativa – Colocar “Innovation” no lugar de “Interactive” sinaliza ambição transversal, mas também dilui a herança tech que Forrest personificava.
  2. Cidade-palco – A ausência do centro de convenções obrigará marcas a pensar ativações mais imersivas nas ruas; abre chance para experiências menos corporativas — ou para um marketing ainda mais invasivo.
  3. Risco de FOMO 2.0 – Ao matar o formato de duas semanas, o SXSW promete reduzir correria. Na prática, sete dias com três festivais simultâneos podem concentrar hype e inflar preços de hospedagem.

Próximo checkpoint: 1º de outubro, quando saem preços e detalhes de badges. Até lá, a pergunta que paira é se o novo board conseguirá entregar o mix de contracultura e negócios que fez do SXSW um destino obrigatório — e que muitos temem ver corporativizado sem Hugh Forrest à frente.

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Publicador por
Carlos Merigo

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