“Fan Life”: Spotify transforma rituais bizarros de fãs em campanha global
Plataforma lança 7 filmes com fãs reais dançando com avós, pintando flamingos de preto e outras provas de amor musical questionáveis
O Spotify descobriu que a melhor forma de vender streaming é mostrar o que as pessoas fazem de ridículo por seus ídolos. A segunda fase da campanha “Fan Life” traz 7 filmes com fãs reais em seus rituais mais íntimos e constrangedores – de usar peruca careca para parecer o Pitbull a pintar flamingos de jardim de preto em homenagem ao Sleep Token.
Leia também
Por que importa: Enquanto concorrentes como Apple Music focam em qualidade de áudio e exclusividades, Spotify aposta em transformar fandom em identidade cultural. É marketing que celebra o cringe como badge de honra.
Os filmes, criados in-house, mostram cenas como:
- Fãs do Pitbull em ônibus ajustando ternos e perucas carecas
- Jovem dançando com a avó na cozinha ao som de Bad Bunny
- Dupla de Charli XCX pedalando às 5h da manhã com balões rosa
- Multidão usando HypnoGoggles da Rezz
- Fãs do Sleep Token spray-pintando flamingos de preto
Sem atores, sem roteiro – são fãs reais fazendo coisas reais que fazem questão de postar no TikTok. É documentário do comportamento humano quando música vira religião.
A estratégia é global mas localizada: além dos artistas internacionais, cada país tem seus destaques. França tem Aya Nakamura e Tiakola. Brasil, Anitta e Pabllo Vittar. Alemanha, Tokio Hotel e Nina Chuba. É o “pense globalmente, aja localmente” aplicado a streaming.
A campanha roda em social, outdoors e metrôs em 11 países. Spotify tem 600 milhões de usuários ativos mensais e precisa justificar por que vale mais que concorrentes com catálogos similares.
O insight central: música não se consome em silêncio, se vive em comunidade. Spotify vende pertencimento tribal. É a diferença entre ter equipamento de som caro e ter amigos para dividir playlist.
A evolução da primeira fase (só fotos) para filmes adiciona movimento e emoção. Como disse o release: “traduzindo o movimento, som e emoção do fandom de formas que só vídeo consegue capturar”.
O timing é calculado: Gen Z não quer só ouvir artistas, quer participar de universos. Spotify entendeu que streaming virou commodity – todos têm as mesmas músicas. O diferencial agora é validar e celebrar os comportamentos ao redor da música.
A real? É marketing inteligente que transforma vergonha alheia em orgulho comunitário. Spotify está dizendo: “sim, você usa peruca careca do Pitbull, e isso é lindo”. Spotify está celebrando tanto o universal quanto o nicho. É inclusão através da estranheza compartilhada.

Comentários
Sua voz importa aqui no B9! Convidamos você a compartilhar suas opiniões e experiências na seção de comentários abaixo. Antes de mergulhar na conversa, por favor, dê uma olhada nas nossas Regras de Conduta para garantir que nosso espaço continue sendo acolhedor e respeitoso para todos.