OpenAI aposta US$ 30 milhões em filme animado com IA para provar que pode competir com Hollywood

OpenAI financia “Critterz”, animação sobre criaturas da floresta feita principalmente com IA, orçamento abaixo de US$ 30 milhões e produção de 9 meses versus 3 anos tradicionais. Filme de Chad Nelson, especialista criativo da OpenAI, usa GPT-5 e modelos de imagem com vozes humanas e sketches de artistas. Estreia prevista para Cannes 2026 enquanto Disney e Universal processam Midjourney por violação de copyright.

Por que importa: É teste mais ambicioso de IA em produção cinematográfica comercial. OpenAI tenta provar viabilidade econômica e criativa antes que Hollywood estabeleça barreiras regulatórias. Timing é crítico com sindicatos de atores e roteiristas lutando contra substituição por IA.

Chad Nelson começou projeto em 2021 com DALL-E, evoluiu para curta em 2023 e agora longa-metragem. Vertigo Films (Londres) e Native Foreign (LA) coproduzem. Equipe de 30 pessoas terá modelo de participação nos lucros. O roteiro escrito por equipe de Paddington: Uma Aventura na Floresta.

9 meses e US$ 30 milhões versus 3 anos e US$ 100+ milhões – equação que seduz e assusta Hollywood

“OpenAI pode falar o que suas ferramentas fazem o dia todo, mas é muito mais impactante se alguém fizer”, disse Nelson ao Wall Street Journal. James Richardson, da Vertigo, admitiu: “Nunca estive nessa posição onde começamos filme sem ideia do que vai acontecer”.

Contexto legal complicado: Trabalho gerado por IA não pode ser protegido por copyright, mas uso de vozes humanas e arte original pode qualificar para proteção parcial. Lançamento antes de possível regulamentação mais rígida. Hollywood experimenta cautelosamente com IA para produção e marketing mas teme reação de sindicatos.

A real? É demonstração de força da OpenAI mas também admissão de limitações. Ainda precisa de humanos para vozes e arte base – IA sozinha não consegue criar filme completo.

Orçamento de US$ 30 milhões não é barato para filme independente. Comparação com blockbusters de US$ 200 milhões é enganosa – maioria das animações independentes custa menos. Estreia em Cannes garante atenção da indústria mas não sucesso comercial. Sem distribuidor confirmado, pode virar curiosidade de festival em vez de lançamento global.

Se funcionar, acelera adoção e pressão sobre empregos criativos. Se falhar, dá munição para argumentos de que IA não substitui criatividade humana. De qualquer forma, batalha está apenas começando.

“Critterz” com estreia prevista para Cannes maio 2026. Produção da Vertigo Films e Native Foreign com ferramentas OpenAI.