ChatGPT ganha campanha global para mostrar que já faz parte do seu dia
OpenAI transforma comandos cotidianos em minifilmes de 35mm, de receitas românticas a rotinas fitness
A OpenAI está investindo sua maior verba publicitária até hoje para provar que o ChatGPT já faz parte da rotina de milhões. A campanha global, que estreou ontem no horário nobre da NFL e em painéis de Times Square a Piccadilly Circus, transforma comandos banais em cenas cinematográficas — como um rapaz pedindo “receita que diga ‘gosto de você, mas quero parecer descolado'” virando final de filme romântico.
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Por que importa: Criado pela Isle of Any, é o maior esforço de marketing da OpenAI desde o lançamento do ChatGPT há dois anos. Com 700 milhões de usuários semanais mas competição crescente de Google e Anthropic, a empresa aposta em normalizar IA como ferramenta cotidiana, não revolução tecnológica abstrata.
“Queríamos elevar pequenos momentos e dar escala a como o ChatGPT cocria isso nas nossas vidas” — Isle of Any
Os três filmes iniciais mostram situações reais: preparar jantar para paquera (resposta: Massa de Limão e Alho), criar rotina de exercícios, planejar viagem com irmãos. Filmados em película 35mm pelo diretor Miles Jay da Smuggler, cada comercial termina com comandos e respostas do ChatGPT aparecendo como créditos finais de cinema, com trilhas de Perfume Genius e Neil Diamond.
Kate Rouch, diretora de marketing da OpenAI, revela que o investimento supera até o comercial do Super Bowl de fevereiro: “Estamos em mais canais, mais lugares, por mais tempo.” A campanha inclui TV em horário nobre, serviços de streaming, mídia exterior em grandes cidades e parcerias com influenciadores até o fim do ano.
A mudança de tom é radical. No Super Bowl, a empresa gastou US$ 14 milhões com animação pontilhista filosófica sobre progresso humano. Agora, foca em “magia do cotidiano” — termo usado internamente para descrever como 70% dos usuários já integram ChatGPT em tarefas diárias.
Michael Tabtabai, VP de criação, explica a estratégia: “Não é sobre substituir humanidade, é uma ferramenta para auxiliar humanidade.” A equipe usou o próprio ChatGPT no processo criativo, desde desenvolvimento de personagens até refinamento de roteiros.
O momento é estratégico: Anthropic acabou de lançar campanha para o Claude com a Mother, Google promove Gemini no Pixel 10, e a corrida por participação de mercado em IA se intensifica.
A real: OpenAI sacou que o futuro da IA não se vende com promessas futuristas, mas com soluções para ansiedades do presente. Gastar milhões para filmar em película 35mm quando poderiam gerar tudo com IA é a mensagem em si — estamos vendendo auxílio humano, não substituição robótica. É a diferença entre vender “inteligência artificial” e vender “aquele amigo que sempre tem a resposta certa”.

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