OpenAI lança navegador Atlas e declara guerra aberta ao Google Chrome
Novo browser integra ChatGPT diretamente à navegação e aposta em IA generativa, memória personalizada e um “modo agente” que executa tarefas sozinho
O cursor piscando nunca pareceu tão ameaçador para o Google. Durante uma transmissão ao vivo, Sam Altman apresentou o Atlas, o novo navegador da OpenAI, que promete reescrever a forma como exploramos a internet.
A diferença? O centro da experiência não é mais a busca: é o bate-papo com o ChatGPT.
Com design minimalista e um modo agente capaz de clicar, preencher formulários e até reservar viagens por conta própria, o Atlas tenta inaugurar uma nova era da web: menos “pesquisar” e mais “conversar”.
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Por que importa: o lançamento é o movimento mais ambicioso da OpenAI desde o próprio ChatGPT. Enquanto o Google injeta IA no Chrome com o assistente Gemini, o Atlas faz o oposto: transforma a IA no navegador. Em vez de uma lista de links, o usuário recebe uma resposta direta e só depois, se quiser, pode abrir as páginas.
“Abas foram ótimas, mas não vimos muita inovação em navegadores desde então.” — Sam Altman, CEO da OpenAI
Altman descreveu o momento como “uma oportunidade que surge a cada década para repensar o que um navegador pode ser”. E ele não está sozinho: o time inclui nomes que já trabalharam na criação do Firefox e do Chrome, como Ben Goodger.
Como funciona
O Atlas estreia no macOS, com versões para Windows e mobile a caminho. É gratuito, mas o Agent Mode, que executa ações automatizadas, será exclusivo para usuários Plus e Pro do ChatGPT.

Entre os recursos:
- Split screen com ChatGPT, permitindo conversar sobre qualquer site aberto.
- Memória integrada, que lembra buscas e preferências anteriores.
- “Cursor Chat”, para editar e revisar textos diretamente no navegador.
“Você pode ter um diálogo com seus resultados de busca”, explicou Goodger. “É um novo paradigma — um buscador que responde, não que te despacha.”

Entre linhas
O Atlas não é apenas um produto: é um ataque direto à infraestrutura de atenção do Google.
Se o navegador se tornar o ponto de entrada da web para os 800 milhões de usuários semanais do ChatGPT, o Chrome deixa de ser a porta principal da internet. E com ele, o modelo de negócios de anúncios e dados do Google balança.
Mas há dúvidas no ar. O navegador que promete ser seu copiloto digital também memoriza hábitos e preferências, levantando dilemas sobre privacidade e autonomia. Se a IA navega por você, quem realmente está no controle?
A real: o Atlas tenta transformar a web em uma conversa contínua e o navegador em um companheiro, não uma ferramenta. É a aposta mais ousada da OpenAI: substituir o clique pelo diálogo. E se der certo, o Chrome pode virar o Internet Explorer da nova era.

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