A Omnicom oficializou a reorganização pós-aquisição da Interpublic Group (IPG) e, no processo, está aposentando três das marcas mais icônicas da história da publicidade: DDB, FCB e MullenLowe. Elas serão absorvidas por outras redes do grupo enquanto a holding corta cerca de 4 mil empregos desde o anúncio do negócio e redesenha sua estrutura global.
A nova configuração criativa fica assim:
Ao todo, a Omnicom diz que cerca de 23,2 mil pessoas já saíram ou sairão da base somando cortes anteriores em Omnicom e IPG, desinvestimentos e a nova rodada de demissões – algo próximo de 8% do quadro combinado. A estimativa é ficar com 105 mil funcionários no mundo depois de toda a integração concluída. A meta declarada: atingir US$ 750 milhões em “sinergias de custo” (eufemismo pra corte de gastos).
A holding passa a se organizar em grandes “blocos”:
Segundo a AdWeek, um ponto central do discurso é o OmniPlus, evolução da plataforma Omni, que mistura dados de Acxiom, dados de varejo e um framework “agentic” de IA para ser um “sistema operacional” de ponta a ponta: da estratégia criativa à mídia, passando por commerce e mensuração de vendas em tempo (quase) real, tudo ligado a um “single consumer record” por marca.
Do ponto de vista simbólico, o movimento é enorme:
A leitura é direta: clientes querem cada vez menos “alfabeto de siglas” e mais soluções integradas da holding, com times montados sob medida, pouco importa se no crachá está DDB, FCB ou qualquer outra marca histórica. Num mundo em que WPP já aposentou JWT e Y&R, e a Publicis engoliu Leo Burnett dentro de uma arquitetura maior, a decisão da Omnicom é mais um passo nessa mesma direção: menos fetiche de marca de agência, mais arquitetura de plataforma.
A Omnicom deixa claro que os 4.000 cortes diretamente ligados à fusão são focados em funções duplicadas e camadas de gestão consideradas redundantes. Mas, somando os ajustes que IPG e Omnicom já vinham fazendo desde 2024, o número total se aproxima de 10 mil pessoas impactadas – mesmo com o discurso de que isso representa “uma eficiência de dígito único” em relação ao total.
Ao mesmo tempo, a companhia vende a narrativa de que está “construindo a agência do futuro”.
Algumas leituras rápidas:
A nova Omnicom é, antes de tudo, uma declaração sobre para onde os grandes grupos de comunicação estão indo: menos romantismo de agência, mais arquitetura de plataforma; menos paredes entre redes, mais equipes modulares; menos glamour de “nome na porta”, mais obsessão por dados, IA e a chamada “sinergia financeira”.
Para quem trabalha dentro dessas redes – ou para quem concorre com elas – a mensagem é clara:
o jogo está cada vez menos na fachada da agência e cada vez mais em quem consegue combinar criatividade, dados e tecnologia em escala, sem desmanchar a cultura no meio do caminho.
O Google divulgou hoje as Buscas do Ano no Brasil em 2025. O termo que mais cresceu em interesse foi…
A Disney+ transformou um dos cruzamentos mais movimentados de Los Angeles em uma espécie de portal aquático para promover a…
A farmacêutica Lilly (que não sai das notícias por conta do Mounjaro) lançou uma campanha de conscientização sobre Alzheimer que…
A PepsiCo está lançando versões "nuas" de Doritos e Cheetos: salgadinhos sem corantes artificiais que mantêm o sabor original, mas…
A Pantone escolheu um branco. Não um branco qualquer, mas o PANTONE 11-4201 Cloud Dancer. Um tom com equilíbrio entre…
Publicis abriu as comemorações de seus 100 anos com “A Lion Never Gives Up”, um filme que revisita episódios decisivos…