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PETA, uma pioneira no marketing de guerrilha

por Carlos Merigo

A filosofia e as ações da PETA – People for the Ethical Treatment of Animals (Pessoas pela Ética no Tratamento de Animais) sempre me causaram certo fascínio. Tanto pela causa nobilíssima que defendem, como pelos modos que utilizam para chocar a sociedade e mudar o comportamento de pessoas que parecem ter minhoca na cabeça, ou merda, se preferir.

A PETA tem hoje mais 800 mil membros, sendo a maior organização pelos direitos dos animais no mundo. Desde sua fundação em 1980, carrega como filosofia principal que animais não foram feitos para se comer, vestir, serem usados para experiências ou para entretenimento.

São radicais? Sim. Mas sempre em nome de acabar com atos abominantes do ser humano contra outros seres vivos. Não sou vegetariano, adoro leite e o tênis que uso agora tem 30% de couro, ou seja, para a PETA eu sou um tipo de pessoa a ser extinta. Pode parecer hipócrita, mas ainda assim, simpatizo com a organização.

Acho que necessitamos de carne para nos alimentar, leite para lactação, ovos para proteínas. (UPDATE: Aderi ao veganismo logo depois deste post). Porém, sem para isso ter que torturar animais e praticar atos de total sadismo contra eles. E sádica, é uma das palavras que podem ser usadas para definir as fazendas que produzem casacos de pele para madames endinheiradas. A PETA mostra todo o processo, em riqueza de detalhes, em seus inúmeros vídeos disponibilizados no site.

É algo chocante, revoltante. As peles são retiradas dos animais ainda vivos, e mesmo depois de totalmente esfolados, ainda permanecem agonizando e sofrendo de uma dor brutal. Na China, onde pensam que tudo que se move é comida, cães são torturados com choques, pontapés e pendurados em ganchos ainda vivos, para que a adrenalina liberada pelo corpo torne a carne mais “saborosa”.

Quer ver como funcionam esses circos dos horrores? Veja essa vídeo aterrorizante feito pela PETATV. Mas um aviso, é preciso ter estômago. Assistir essas cenas é acabar com o resto do seu dia.

É para acabar com atos como esse que a organização luta e tem pessoas totalmente dedicadas a isso. A PETA conseguiu praticamente sozinha, com o trabalho que faz há vários anos, transformar o ato de usar uma roupa de pele num gesto de bravura. Qualquer pessoa do mundo da moda que tenha a menor ligação com o setor de pele vive sob a sombra do medo das bravatas da Peta. Que o diga Gisele Bunchen, Linda Evangelista e, desde a semana passada, Jennifer Lopez.

Anna Wintour, editora da Vogue americana, por exemplo, teve um guaxinim morto jogado em sua sopa num elegante restaurante de Nova York. O toque original da Peta sempre consistiu em chamar a atenção para sua causa com um misto de travessuras, atos que provocam tumulto e campanhas publicitárias que misturam humor e imagens chocantes. Algo que podemos chamar de os primórdios do marketing de guerrilha. Não faz muito tempo, alguns de seus membros tiraram a roupa diante da Casa Branca e gritaram “prefiro andar nu a usar peles”.

Com façanhas como essa, ela já se transformou num dos movimentos de protesto mais eficazes no mundo. E também já fez muitos inimigos que o acusam de tudo, desde incentivo ao terrorismo até agir como seita. A Peta, porém, não é um simples bando de agitadores que agem de improviso. Seus quase 1 milhão de ativistas contam com orçamento anual superior a US$ 30 milhões – gerado com arrecadações de fundos, pagamento de taxas pelos integrantes e vendas de camisetas e produtos -, o escritório da organização em Norfolk ocupa quatro andares e emprega mais de cem funcionários (nenhum dos quais consome ou usa qualquer espécie de produto animal).

Os casacos de pele que a Peta consegue tirar de seus donos são distribuídos entre pobres e sem-teto pelo mundo afora. Um carregamento de casacos de visom e arminho foi enviado recentemente ao Afeganistão.

A organização diz que está engajada na causa de proteger animais de todos os atos de exploração humana desnecessária. Ela aplica pressão implacável sobre as grandes cadeias de lanchonetes e conduz uma operação clandestina de espionagem na comunidade científica que realiza pesquisas com animais, visando a expor suas práticas de laboratório.

Célebre por cunhar frases de efeito, a diretora da entidade Ingrid Newkir, que nasceu no Reino Unido e passou sua infância na Índia, tendo se mudado para os Estados Unidos aos 18 anos, certa vez chegou ao ponto de comparar a criação comercial de frangos ao Holocausto. “Seis milhões de pessoas morreram em campos de concentração”, ela disse numa entrevista. “Mas 6 bilhões de frangos morrem todos os anos abatidos em matadouros.”

Com as cadeias de fast food, a Peta contabiliza alguns êxitos notáveis. Há dois anos, o grupo começou a entregar “McLanches Infelizes” a transeuntes diante dos restaurantes McDonald’s nos EUA. A versão criada pela Peta para o lanche incluía brinquedos de plástico recobertos de “sangue” e reproduções em cartolina do “filho de Ron”, que, num contraste marcante com o personagem Ronald McDonald, um palhaço alegre, era mostrado usando camisa ensanguentada e brandindo uma faca idem.

O McDonald’s cedeu à pressão e orientou seus fornecedores de frango a pôr fim à prática de decepar os bicos das aves ainda vivas e a dobrar o tamanho das gaiolas em que os frangos são criados. Pressionados pela Peta, tanto o McDonald’s quanto o Burger King – ou “Murder King” (rei do assassinato), como diz o grupo- concordaram em fazer visitas aos matadouros dos quais saem as aves que utilizam em seus restaurantes, para garantir que sejam respeitados padrões mínimos de bem-estar dos animais.

Uma ameaça séria à Peta é um movimento que visa a tirar do grupo sua descrição de organização beneficente, que lhe garante isenção de impostos. A iniciativa é de adversários que afirmam que a Peta favorece o terrorismo doméstico. A alegação se deve em especial a um donativo de US$ 1.500 feito pelo grupo à extremista Frente de Libertação da Terra, acusada por uma série de atos de vandalismo que causaram prejuízos de milhões de dólares. A Peta está longe de ser uma Al Qaeda. Mas sua postura em relação a desobedecer a lei é menos definida. Hoje em dia, porém, ninguém nos EUA pode dar-se ao luxo de ter seu nome associado a terrorismo.

O anúncio que vocês verão agora, foi criado pela própria PETA para a campanha “Fur is Dead” (pele está morta). O comercial mostra uma madame desfilando com seu casaco de pele pelo shopping, quando um homem a acerta com pauladas e age exatamente como as pessoas que torturam os animais.

No final, o título diz: “What if your were killed for your coat?” (E se você fosse morto por causa da sua pele?). A peça foi premiada com Ouro no ADDY – American Advertising Awards 2003.

Clique aqui (botão direito – Salvar destino como…) para fazer o download do filme em formato .MPG. O arquivo tem 6.36 MB. Para visualizar o vídeo, é necessário antes descompactar o arquivo com Winzip ou similar.

Nos primórdios do Brainstorm #9 (foi exatamente o quarto post), eu publiquei um anúncio impresso da PETA com a cantora Sophie Ellis Bextor, no qual ela segura uma raposa morta com o título: “Aqui está o resto do seu casaco de pele.” Para quem está com preguiça de fuçar nos arquivos, aí vai ele novamente:

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