O Legado do Mariachi: B9 visita a TroubleMaker Studios e bate um papo com Robert Rodriguez • B9

O Legado do Mariachi: B9 visita a TroubleMaker Studios e bate um papo com Robert Rodriguez

por Fábio M. Barreto
Capa - O Legado do Mariachi: B9 visita a TroubleMaker Studios e bate um papo com Robert Rodriguez
Sempre de chapéu, tarado por quadrinhos e com um estúdio gigante só para ele, Robert Rodriguez ajuda Austin a continuar esquisita e, de quebra, cria um núcleo cinematográfico distante das regras de Hollywood. Brainstorm9 foi lá descobrir como a Troublemaker Studios funciona!


Mantenha Austin Esquisita, ou no original, Keep Austin Weird, é o lema da capital do Texas. Seja por sua música única, culinária baseada na cultura TexMex e, claro, pela badalada vida noturna, tudo ali tem um toque diferente, como se Austin fosse uma aldeia alienígena no meio dos Estados Unidos.

Bem, pelo aspecto cinematográfico, isso se torna verdade toda vez que Robert Rodriguez resolve filmar algum projeto maluco na TroubleMaker Studios. Assim foi com “Grindhouse” e, recentemente, com “Predadores”, longa-metragem mais recente da powerhouse independente comandada por Rodriguez e Elizabeth Avellan.

É a alternativa quase artesanal à linha de produção hollywoodiana, que se consolida cada vez mais nesse estúdio longe de Los Angeles. O Brainstorm9 visitou as instalações com exclusividade para entender como é possível produzir com menor custo e efetividade semelhante aos grandes.

A TroubleMaker fica bem próxima de Austin. Pouco menos de 40 minutos de carro. E o local é conhecido dos moradores, afinal, ali ficava o antigo aeroporto da cidade. Quando suas pistas e hangares foram abandonados, ainda durante a gestão de George W. Bush como governador do Texas, Elizabeth Avelan e Robert Rodriguez tiveram uma idéia: por que não tentar montar um estúdio ali?

Com a ajuda dos Bush – especialmente a primeira-dama, Laura –, foi exatamente o que aconteceu. “A estrutura estava pronta, precisamos reformar os hangares e criar isolamento sonoro e térmico, mas, a base, estava perfeita”, comenta Elizabeth Avellan, a responsável pelos números e, na maior parte das vezes, da política envolvendo o estúdio.

“A localização é perfeita justamente por estar relativamente distante dos moradores, mas, ao mesmo tempo, perto de tudo. E quando se produz filmes, ter proximidade com fornecedores é a melhor coisa do mundo.”

Sem custos de aluguel, incentivos fiscais do município e com uma crescente mão-de-obra local qualificada, a TroubleMaker consegue reduzir, e muito, seus custos. Avellan não abre seus números, mas sua estimativa atraiu a atenção. “Já tivemos casos de redução de até 30% no custo de um filme inteiro e para parâmetros modernos, isso é muito dinheiro”, comenta a produtora.

Esse é um dos pontos cruciais para viabilizar a operação, que emprega, indiretamente, cerca de 500 pessoas na região. “Em alguns casos precisamos contratar gente de Los Angeles, se houver necessidade de alguém muito especializado, mas, na maioria das vezes, já temos equipe local”, comenta. Ou seja, nada de exageros com hotel e transporte. Cada funcionário dirige para o trabalho diariamente. “O mais difícil é convencer Robert a entrar numa sala e decidir coisas (risos)”, brinca Avellan. “Ele é tão concentrado na direção e no set de filmagens que burocracia se torna algo secundário demais para ele”.

Robert Rodriguez e Frank Miller no set de Sin City

Um dos filmes produzidos ali dentro foi “Sin City: A Cidade do Pecado”, que a produtora gosta de comparar com “Spirit: O Filme”, de Frank Miller, e “300”, de Zack Snyder.

“O custo do nosso filme [Sin City] foi de US$ 45 milhões, enquanto os outros dois custaram entre US$ 70 e 90 milhões; ou seja, quando os estúdios precisam fazer algo com a certeza do que vão gastar, nos procuram, mas sempre digo: ‘vai dar, mas tem que ser do nosso jeito’. Até hoje não perdemos o controle e tudo funcionou bem”.

O corte na burocracia e a não-terceirização dos efeitos visuais e especiais também ajuda muito, afinal, aumenta o controle de qualidade e acelera o processo de decisão.

Além dos galpões do antigo aeroporto, a dupla construiu um edifício que mescla oficina de modelos, ateliê de costura, escritórios e refeitório de forma muito prática e impressionantemente compacta. “Precisamos de espaço para os filmes, a equipe pode se virar sem exagero”, brinca Rodriguez, enquanto brinca com algumas maquetes dos testes do filme da “Barbarella” [que foi abandonado por razões logísticas e familiares; o diretor não queria encarar outra filmagem longa e evitou se afastar da família] em sua “sala de sonhos”.

Modelos de “Predadores”, algumas peças de “Planeta Terror”, “Shorts” e até mesmo “Kill Bill” se misturavam no local. Acima de uma das portas, um luminoso oitentista “NerveWracker” . Rodriguez não comenta muito, mas esse é seu próximo grande projeto: “Um Blade Runner mais moderno passado na Cidade do México”.

Robert Rodriguez no set de Planeta Terror

Mas a modéstia em relação ao espaço cai por terra quando nossa reportagem conheceu a oficina de Steve Joyner. Numa mescla de clima quase medieval pela miríade de lâminas, machados, facas e espadas penduradas no balcão de acabamento, com futuro cyberpunk com uma infinidade de armas de grosso calibre, balas sendo pintadas individualmente à mão, o local era tão surreal quanto as idéias malucas de Rodriguez.

Por ali passaram “Kill Bill”, “Bastardos Inglórios”, o projeto “Grindhouse”, o recente “Predadores” e diversos outros filmes de Rodriguez, Tarantino e as demais empreitadas terceirizadas desenvolvidas por Avellan. São 20 especialistas trabalhando sem parar quando há uma produção de grande porte em andamento; e todo o processo acontece ali dentro, desde os moldes até a aprovação da pintura final.

O ambiente lembra um pouco a área de trabalho do Stan Winston Studios, repleto de espuma, madeira e outros materiais típicos desse setor. “Poder fazer tudo aqui ajuda demais na contenção de custos, reaproveitamento de material e nos ajustes de ultima hora. Se uma arma não funciona para o enquadramento ou fica desproporcional a uma cena específica, podemos retrabalhar a peça rapidinho”, diz Rodriguez.

Não há desperdício. Avellan está sempre de olho. Seja nos detalhes da oficina ou no cronograma dos hangares, Elizabeth Avellan inspira confiança, e medo na medida certa, na equipe. “Garanto que cada um tenha o necessário para cumprir o prazo, assim todo mundo é honesto e não fica arrumando desculpa”, explica. “Assim, se há algum problema, ele é apresentado rapidamente e damos um jeito”.

Entre esses problemas está, por exemplo, a necessidade de se construir árvores artificiais capazes de fazer as vezes de floresta tropical em pleno inverno, para “Predadores”. “Além disso, precisamos construir uma estufa para as plantas reais e assim ter uma mescla de artificial e natural”.

Toda essa operação praticamente familiar, especialmente pela relação próxima entre o comando e grande interação com a equipe traz benefícios. “Podemos produzir três filmes ao mesmo tempo, se necessário. Não é o ideal e ainda não tentamos, mas está tudo pronto. Já rodamos dois ao mesmo tempo [Predadores e Machete]”, conta Avellan.

“Pouco a pouco vamos mostrando aos estúdios que podemos atender à demanda, sem custos adicionais, sem perder o controle e, acima de tudo, entregar bons filmes”.

Avellan avisa: “Não queremos tirar ninguém do jogo, mas Austin pode produzir tão bem ou, no meu caso, melhor que Hollywood. Queremos ser uma opção considerável e de qualidade”.

Se depender do aspecto monetário cada vez mais latente na Hollywood moderna, ainda em franca crise, uma oferta dessas nem parece boa demais para ser verdade. E tudo por conta de um Mariachi sanguinário que, aos poucos, se torna o filme mais rentável, bem-sucedido e primordial para a indústria, afinal, não fosse por ele Austin ainda teria um aeroporto abandonado em vez de um dos estúdios mais proeminentes fora de Hollywood.

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