Uma famosa youtuber americana, Taryn Southern, está usando plataformas de inteligência artificial para criar um álbum inteiro, chamado “I AM AI”. É o primeiro disco a ser inteiramente composto e produzido com AI.
Para criação de uma das faixas do álbum, “Break Free”, a artista usou uma plataforma de AI de código aberto chamada Amper Music. Taryn diz que o processo de criação não é inteiramente computadorizado, afinal, ela ainda é responsável por criar as bases instrumentais para a música, só que dessa vez em uma plataforma digital.
A maneira como [a Amper] funciona é dar à plataforma alguns elementos como BPM (batidas por minuto), instrumentações que eu gosto, gêneros e etc. Então a plataforma solta uma canção, e eu renovo a música a partir daí, fazendo ajustes instrumentais e de clave, por exemplo. (…) Uma vez que tenho isso, posso construir a real estrutura da música.”
Taryn também explica que o programa é ótimo em compor e produzir a parte instrumental das músicas, mas ainda não entende muito bem estruturas. Assim, com um verso ou refrão composto pelos robôs, cabe à artista juntar as peças e escrever a melodia vocal e a letra a fim de originar um produto parecido ao que estamos acostumados a ouvir.
Questionada sobre como poderia comparar este processo a uma composição e produção tradicional, Taryn diz que para compositores como ela, que não tocam muitos instrumentos, o processo de trabalhar com máquinas pode ser libertador. “Você não precisa de nenhum conhecimento de instrumentação para fazer uma ótima música – você só precisa ter bons ouvidos.”. É claro que algum conhecimento de estrutura musical ainda é necessário, mas o que a artista quer dizer é que pelo menos, com máquinas, ela tem o controle total de suas composições e pula a parte que pode ser frustrante da criação, por exemplo o alinhamento perfeito com um produtor, para chegar em um produto final que agradasse a artista.
Da mesma forma que os samples mudaram a história do Hip Hop, parece que a inteligência artificial está aí para trazer uma nova perspectiva à música que estamos habituados. Apesar que, com a variedade tão ampla de ritmos, bandas, estilos e etc. que temos hoje, o desafio vai ser conseguir diferenciar uma produção humana da de um andróide.
Você pode ver e ouvir o single “Break Free
” no player abaixo:
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