Inteligência artificial também já cria música, e claro que é Black Metal

“Nós desenvolvemos programas para criarmos artistas artificiais”. É a provocação que você encontra quando acessa o projeto DADABOTS, da dupla Cj Car e Zack Zukowski, que há cinco anos estão engajados em usar inteligência artificial para a produção de obras musicais, desafiando a ideia que temos de criatividade como uma habilidade estritamente humana. O mais novo resultado foi o álbum “Coditany of Timeness”, um álbum de Black Metal disponibilizado aqui.

Para chegar ao álbum, a dupla usou outro de uma banda americana de Black Metal, Krallice. As músicas foram quebradas em 3800 partes e enviadas para uma rede neural do Dadabots. O sistema foi solicitado a criar novas faixas à medida em que era submetido a cada trecho. Conforme os seus resultados apareciam, ele recebia um “aviso” se havia sido aprovado ou não, uma lógica muito utilizada para ensinar dispositivos de inteligência artificial a operarem sozinhos.

Em entrevista para o site americano The Outline, Carr explica que os sons foram melhorando gradativamente: de “barulhentos” e “grotescos”, se tornaram mais sofisticados graças à sequência de trechos que eram aprovados ou reprovados sistematicamente dentro de um intervalo de três dias, tempo suficiente para que a rede aprendesse qual era o resultado desejado pelo projeto.

Coditany of Timeness foi o primeiro álbum de uma trilogia do Dadabots e também seu mais mais bem-sucedido, a ponto de ser divulgado agora. Outro álbum , também criado sob o mesmo método, usou trechos do álbum de uma banda de metalcore também americana, Dilliger Escape Pan, mas contém faixas marcadas por tons erráticos, que mudam de forma abrupta. O terceiro projeto foi o Deep the Beatles!

, em que há uma tentativa de fazer algo próximo ao álbum “1” do famoso quarteto britânico, mas falha graças à sua estrutura sonora irregular. A ideia é que, com os acertos do Coditany of Timeness, o projeto possa lançar, em um futuro próximo, um álbum por semana.