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“Vingadores: Guerra Infinita” é o filme que todo fã de super-herois sonhou ver na vida (e só)

Grande clímax de todas as franquias da Marvel Studios, longa tem no desenvolvimento do vilão o único apoio discernível para sustentar toda a sua narrativa criada no impacto

por Pedro Strazza

⚠ AVISO: Contém spoilers

Nas diversas entrevistas concedidas ao longo de todo o desenvolvimento da produção, os irmãos Anthony e Joe Russo cansaram de afirmar e reafirmar que “Vingadores: Guerra Infinita é um filme sobre Thanos, o titã louco interpretado por Josh Brolin que serve como o esperado antagonista do terceiro capítulo da franquia super-heroica. Por mais contraditória que pareça a princípio aos rumos da trama desenrolada até aqui, esta definição faz muito sentido a este que é o clímax maior de todo o universo cinematográfico construído pela Marvel Studios nos últimos dez anos, posto que o vilão, introduzido como uma surpresa nos instantes finais do primeiro “Os Vingadores”, tem mantido sua imagem presente na imaginação do grande público nos pequenos teasers espalhados ao longo dos últimos doze capítulos lançados pela empresa.

A “inversão” de protagonismo também é fundamental aos diretores por conta do gigantismo de todas as ações em torno deste novo crossover entre os super-heróis da Marvel, que entre muitas cenas de lutas e humor se anuncia como o grande evento ao qual todas as histórias contadas anteriormente se encaminhavam. É uma designação que não vem à toa, com a imensa maioria da extensa galeria de personagens apresentados nas produções anteriores se reunindo para enfrentar o vilão e impedir sua caçada pelas poderosas Joias do Infinito, numa franca demonstração de poder e triunfo de todo o modo de operação construído e estabelecido pelo estúdio na última década. Mesmo que todos os filmes da Marvel Studios tenham sempre pensado em uma lógica grandiosa, não há dúvidas de que “Guerra Infinita” seja um épico mesmo para os padrões inchados de seu universo, com todos os seus mundos e cenários convergindo as atenções para o conflito maior do título.

Os irmãos Joe e Anthony Russo (ao centro) com Scarlett Johansson no set

É nada mais justo então que os Russo, junto dos roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely, optem abarcar este viés do projeto com toda a intensidade permitida, apostando na imagem do inimigo principal como canal para a ampliação da escala de toda a história. Ao contrário de tantos outros antagonistas propostos pelo estúdio (que mais ou menos sempre foram desenhados como “outsiders” em busca de vingança do sistema a seu jeito), Thanos é tratado pelo filme como figura “da realeza” desde o começo – onde o vilão e sua Ordem Negra estão à bordo da já derrotada e destruída nave comandada por Thor (Chris Hemsworth) e Loki (Tom Hiddleston), vista por último em “Thor: Ragnarok” – e tem uma trajetória na história que é digna do poder por trás dos reis enlouquecidos e vistos pelos olhos da plebe, uma dinâmica que há de se repercutir por toda a longa duração da produção no desespero dos heróis ou na relação nutrida pelo monstro com aqueles que lhe são mais íntimos, como é o caso de suas filhas Gamora (Zoe Saldana) e Nebula (Karen Gillan).

Neste sentido, “Guerra Infinita” não deixa de ser a realização do sonho máximo de qualquer entusiasta de quadrinhos de super-heróis, que sempre desejou ver estas histórias apocalípticas e de altas consequências dos grandes eventos promovidos pelas editoras materializadas na telona pelo poder financeiro de Hollywood. Como nas sagas contadas nas páginas dos gibis, o épico serve como motor principal da narrativa do longa, priorizando o impacto dos eventos sobre os arcos de seus personagens: os diversos núcleos montados pelo roteiro se intercalam para reproduzir uma escalada de acontecimentos cada vez mais bombásticos, uma sequência que tem um efeito quase imediato garantido sobre o público – afinal, é muito difícil não se surpreender de alguma forma com as reviravoltas propostas quando elas ocorrem em caráter quase constante.

Ao mesmo tempo, esta estratégia de priorização do evento como meio narrativo não garante espaço para qualquer desenvolvimento dos inúmeros protagonistas postos em jogo, e sob este viés a troca seria justa se os irmãos Russo fossem capazes de materializar o épico em mãos. Ainda que tudo em sua produção seja enorme, desde os números dos exércitos envolvidos até o peso das consequências sentidas pelos personagens, “Guerra Infinita” parece confundir com inocência o conceito de medida com o de escala ao presumir que o gigantismo inerente aos fatos é suficiente para conduzir a ação em seus momentos mais urgente, algo traduzido na tela em rápidas ilustrações aéreas das batalhas para depois seguir por planos próximos do combate corpo-a-corpo. Quem mais sofre no processo é a batalha final em Wakanda, grande clímax de todo o enorme filme que acaba um pouco reduzida pela própria narrativa.

Thanos tem uma trajetória na história que é digna do poder por trás dos reis enlouquecidos e vistos pelos olhos da plebe

Assim, vai crescendo no longa a sensação esquisita de uma grande novela pautada pela pancadaria e o humor ocasional, um sentimento já muito presente no trabalho anterior dos Russo com a Marvel Studios (o gigante vazio “Capitão América: Guerra Civil”) e que se manifesta com maior intensidade nos personagens mais distantes da estrutura principal. É claro que Markus e McFeely não dispõem de tempo suficiente para desenvolver todo mundo na trama, mas enquanto protagonistas como Tony Stark (Robert Downey Jr.), Thor e Peter Quill (Chris Pratt) lideram seus respectivos núcleos em uma mistura coerente de urgência e trauma processado com muita economia, os outros heróis não limitados ao mero mecanismo de roteiro são postos ou em funções de humor deslocadas de suas próprias trajetórias – Drax (Dave Bautista) não escapa da condição de alívio cômico nem quando perante ao assassino de sua família – ou em situações dramáticas apressadas – o relacionamento do Visão (Paul Bettany) com a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) talvez seja o ponto mais mal-resolvido de todo os filmes do Marvel Studios.

O único que permanece vivo dentro deste inchaço é Thanos, que mesmo sentindo um pouco dos efeitos do acúmulo de tantas tramas ainda mantém a gravidade em torno de sua presença muito presente. Embora o titã louco perca o fôlego quando tenta explicar as motivações por trás de sua corrida pelas Joias, todas as relações traçadas entre ele e outros personagens refletem uma aspiração palaciana que serve de combustível a todo o gesto grandioso da produção, seja pelo ar de tragédia familiar em volta de todas as suas conversas com Gamora ou nos diálogos nutridos com os adversários após os combates. Nesta dinâmica novelesca criada pelos diretores, os Russo aos poucos vão construindo ao redor do antagonista uma figura trágica que é muito interessante de se acompanhar, mesmo ela se revelando no fim um tanto vazia em suas ambições dramáticas – o filme nunca consegue sair da afirmação rasa “quero destruir o universo para salvá-lo” para concluir sua humanização do vilão.

Vai crescendo no longa a sensação esquisita de uma grande novela pautada pela pancadaria e o humor ocasional

Este vazio não surge por acaso. Se o longa tem nos grandes eventos dos quadrinhos sua influência maior, ele acaba por puxar também a deficiência de conteúdo que assombram estas sagas, cuja vontade constante de pular para o épico impõe a elas a necessidade de subtrair certos trechos de suas histórias. Mas enquanto os quadrinhos tem no mercado uma salvaguarda para solucionar este problema, com as revistas paralelas ajudando a trama principal a concentrar no que lhe interessa, “Guerra Infinita” não tem outra alternativa a não ser fazer o malabarismo entre todos os seus núcleos até chegar o momento do espetáculo.

Não chega a ser uma surpresa, então, que o filme se revele (sem qualquer alarde sobre o fato) como a primeira parte de uma história a ser contada em dois momentos, considerado todo este acúmulo de roteiro. Mas por mais frustrante que seja o encerramento em sua ausência de resolução à narrativa criada ao longo de quase três horas, há o que valorizar no processo, especialmente naquilo que tange a infame “fórmula da Marvel”. Se em todas as outras produções a constante invalidação dos eventos mais bombásticos se constituía como empecilho a qualquer esforço dramático empreendido pelos longas do estúdio, o terceiro “Vingadores” chega para criar algum respiro sem se abstrair das outras qualidades criadas dentro deste modo de operação, oferecendo – mesmo por um momento – um final traumático e decididamente de impacto a todos os seus personagens.

nota do crítico

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