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Capa - “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” devolve humanidade a Peter Parker
Imagem: Divulgação

“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” devolve humanidade a Peter Parker

Apesar da crise estética, terceiro capítulo da franquia do herói na Marvel Studios funciona como grande tragédia e valoriza o que há de mais humano no personagem

por Matheus Fiore

Lançada nos anos 2000, a trilogia do Homem-Aranha de Sam Raimi possui, até hoje, os filmes que melhor discutem o ser humano por trás de um manto de super-herói no cinema. Todos os filmes colocam o personagem em alguma crise existencial para que ele batalhe a fim de encontrar o equilíbrio entre a rotina de vigilante e a vida real. Talvez fosse esse elemento humano que justamente fazia mais falta nos atuais filmes do personagem, dirigidos por Jon Watts. Enquanto “De Volta ao Lar” era um coming of age interessante, “Longe de Casa” foi engolido pela megalomania “marvelística” e se esquecia de trabalhar o indivíduo Peter Parker dentro da história.

“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” chega justamente para devolver humanidade ao personagem. Se no fim do episódio anterior da saga Peter viu sua identidade ser revelada para todo o mundo, no novo capítulo da franquia o protagonista precisa lidar com os efeitos disso em sua vida. Antes, Parker era privilegiado por, além de poderoso, ser apadrinhado simplesmente pelo homem mais poderoso do mundo no universo Marvel, Tony Stark; agora, com o bilionário morto após “Vingadores: Ultimato”, Peter precisa amadurecer sozinho. Esse resgate de humanidade ocorre pela reafirmação dos alicerces que compõem o Homem-Aranha. Sua ética e responsabilidades são postos a prova para que ele reencontre seu lugar no mundo.

O diretor Jon Watts (à direita) no set do filme

No filme, ao ter sua imagem revelada, Peter precisa lidar com os pesos e consequências desse acontecimento. É, portanto, uma obra que refunda a mitologia do personagem, ao passo que também expõe suas fragilidades humanas. Tudo isso é desenvolvido ao longo de uma premissa muito simples: um feitiço mal executado pelo Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) – que funciona como uma espécie de pacto com o Diabo – faz com que os vilões de outros universos cheguem ao mundo do personagem de Tom Holland e ameacem sua existência. Vários dos alicerces que fundamentam o cânone do personagem são revisitados e repaginados para finalmente levar Parker à vida adulta.

Além de fazer com que todos esqueçam que ele é o Homem-Aranha, Peter precisa limpar sua imagem e corrigir a falha no espaço-tempo causada pelo Doutor Estranho. O problema é que mandar os vilões de volta para casa significa também sentenciá-los à morte, já que todos estavam, em seus universos, prestes a morrer combatendo seus respectivos Homens-Aranha. Esse dilema moral possibilita que Peter tome as rédeas da situação e decida encontrar uma alternativa para a morte dos seus inimigos interdimensionais. Com a decisão em mãos, o herói tem sua humanidade testada para que entenda o peso de ser uma figura importante em um mundo tão perigoso.

Pelo menos nos cinemas, o super-herói em questão é marcado por ser um dos que mais se preocupam com o aspecto humano, inclusive de seus inimigos. Em nenhum filme do Homem-Aranha o herói mata o vilão, já que eles são presos ou mortos por acidente. O que faz com que essa pegada humanizada funcione em um filme que mistura universos e possui tantos personagens (os quais, prometo, não revelarei ao longo do texto) é a escolha de Watts de iniciar seus conflitos sempre a partir de Peter Parker, e não do Homem-Aranha.

O que faz com que a pegada humanizada funcione em um filme que mistura universos é a escolha de Watts de iniciar os conflitos a partir de Peter Parker

Os momentos de reflexão de Peter são quando ele foge da loucura da cidade e se refugia no colégio, no Queens. Os momentos de virada são quando seus aliados se reúnem em um lugar tão simples quanto a casa de uma tia – que, não por acaso, parece bastante com o lar da tia May da trilogia Raimi. É sempre a partir da parte mais humanizada do herói que o filme dá fôlego para seu protagonista se reencontrar e realizar suas obrigações super-heróicas.

Mas se a crise existencial do Aranha de Holland se traduz em uma crise de imagem – um dos mais belos planos do filme, já visto no trailer e abaixo, é o que traz o herói se balançando pelos prédios de Nova York enquanto vê sua identidade projetada em uma grande tela na Times Square – é também no trato da imagem que “Sem Volta Para Casa” encontra seus pontos fracos. Jon Watts é um diretor de carreira ainda curta, mas que vem demonstrando certa dificuldade em tratar o bem mais precioso de qualquer obra audiovisual: o plano. O filme demonstra uma dificuldade imensa de posicionar minimamente a câmera. Estando todo picotado pela montagem (principalmente em seu clímax) e inundado de imagens feitas por computação gráfica, a produção parece sofrer com um sufocamento de referências e surpresinhas que podem agradar aos fãs, mas constroem muito pouco como cinema. O curioso é que Watts e os roteiristas parecem muito conscientes dessa megalomania que engole a obra, já que a conclusão aponta para um novo começo para a franquia. Mais humanizada, mais palpável, mais pé no chão.

Se uma das cenas mais bacanas do primeiro filme, lá de 2002, é a batalha entre o Homem-Aranha e o Duende Verde em um prédio caindo aos pedaços, aqui a batalha do novo herói contra o mesmo Duende acontece em um cenário tão falso que não há noção de peso no momento. Sai o prédio destruído, que participa diretamente da ação ao influenciar nas ações da luta, entra outro que é inteiro digital, pouco imaginativo e que serve apenas como referência para o Capitão América. É um descuido com a imagem que muitas vezes tira o peso de “Sem Volta Para Casa” por não haver uma textura, apenas bonecos em fundo verde, como em uma cutscene de videogame.

Os vilões, já exibidos no trailer, são um interessante reflexo desse jogo de imagens. Se por um lado é interessante ver como personagens concebidos em universos totalmente diferentes se comportam em um cinema com demandas e propostas novas, há um estranhamento inicial em ver como Watts esvazia as figuras em “Sem Volta Para Casa”. O Duende Verde, o Doutor Octopus e os demais adversários existem apenas como símbolo imagético, antagonistas de poucas facetas que estão lá para brigar com o herói – algo que a cena final de cada um fortalece ainda mais ao tratá-los como se fossem projeções de figuras reais, e não figuras próprias.

A produção sofre com o sufocamento de referências e surpresinhas que podem agradar aos fãs, mas constroem muito pouco como cinema

A dupla Sony e Marvel parece finalmente ter entendido que o herói precisa aprender algumas lições. Se em “Longe de Casa” Peter soa como uma criança mimada, que comete inúmeros erros e no final é premiada por isso, no terceiro capítulo da série o herói vê seus erros finalmente tomarem forma e prejudicarem sua trajetória. É a primeira vez que vemos um amadurecimento real no personagem, que está migrando da adolescência para a vida adulta. É antes de mais nada a conclusão de um arco e enfim a formação deste Peter Parker como Homem-Aranha, já ciente de suas fragilidades e traumas.

Se até aqui eu considero a nova trilogia do personagem apenas mediana, a conclusão de “Longe de Casa” aponta para um futuro esperançoso, com o herói retomando suas raízes e, ao fim, sua humanidade. Sai o Peter Parker apadrinhado pelo homem mais rico do mundo, que viajava pelo universo para combater ameaças intergaláticas, entra o Peter Parker com preocupações, digamos, mais mundanas. Mais palpável e vivo, o Homem-Aranha de “Sem Volta Para Casa” aprende que apesar de ser feito com excesso de digital, o peso dos eventos que atravessam sua vida são, sim, muito reais. Com menos artificialidade e artifícios digitais, o herói finalmente poderá completar sua jornada de retorno ao mito, e se preocupar, quem diria, não com alienígenas e o extermínio de sistemas solares, mas com coisas como o aluguel, sua família, seus relacionamentos. Após falhar no pacto com o Diabo, o Homem-Aranha é, enfim, humano.

“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” estreia nesta quinta-feira, 16 de dezembro, nos cinemas brasileiros.

A pandemia ainda não acabou. Embora a vacinação avance no país, variantes do coronavírus continuam a manter os riscos de contaminação altos no Brasil. Se for ao cinema, siga os protocolos e ouça as autoridades de saúde sobre o melhor curso de ação após completar o esquema vacinal.

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