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A prefeitura de uma cidade do interior do Pará talvez tenha criado o debate do ano sobre IA na publicidade. Ulianópolis usou o Veo 3 do Google para produzir um vídeo promocional do Circuito Cultural com zero humanos reais – das pessoas vestidas de caipira à voz do narrador, tudo é artificial.
Por que importa: O caso expõe o dilema central da IA criativa: é democratização do acesso a produção audiovisual ou precarização do trabalho cultural? A resposta muda dependendo de quem você pergunta.
O vídeo impressiona tecnicamente:
Renato Lopes Ferreira, produtor local, inclusive detalhou o processo:
“Fiz para conhecer a ferramenta, mas tive mais trabalho que em edições convencionais. Não faria comercialmente”, admitiu Ferreira.
As críticas vieram em ondas:
Profissionais da cultura:
Questões éticas:
Também houve quem celebrasse:
O Veo 3 custa entre R$ 96,99 e R$ 1.209,90 por mês. Para uma prefeitura do interior, pode ser mais barato que contratar equipe completa. Mas a que custo social?
O paradoxo: Ulianópolis promove cultura local com tecnologia que elimina artistas locais.
A ironia: Um vídeo sobre festa tradicional que não tem nada de tradicional.
O futuro: Se prefeituras começarem a usar IA para tudo, o que acontece com produtoras regionais?
A prefeitura ainda não se pronunciou oficialmente. Mas o debate já está feito – e é muito mais que um vídeo de festa junina. Se trata do tipo de futuro queremos: um onde tecnologia democratiza criação ou onde algoritmos substituem artistas?
Por enquanto, a única certeza é que o Circuito Cultural de Ulianópolis já conseguiu o que queria: muita gente falando dele.
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