Tramontina muda logo depois de 8 anos (e promete trocar tudo em 5)
Marca atualiza identidade visual com "T" inspirado em chapa de aço e prepara renovação gradual até 2030
A Tramontina decidiu que 115 anos é idade suficiente para um facelift. A marca de panelas e utensílios domésticos apresentou nova identidade visual – a primeira mudança desde 2016 – com um logo inspirado em chapas de aço e promessa de implementação que vai durar até 5 anos.
Por que importa: Num mercado onde Tramontina compete com importados chineses de um lado e marcas premium do outro, a atualização visual tenta posicionar a empresa como moderna sem perder o peso da tradição centenária. É o clássico dilema: como parecer jovem aos 115 anos?
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O novo ícone “T” vem das chapas de aço, matéria-prima da marca. A metáfora é óbvia mas funciona: assim como o aço, a marca “se molda e se transforma”. A tipografia ficou mais reta e “adaptada ao ambiente digital” (leia-se: funciona melhor em tela pequena). O azul tradicional ganhou tons mais vibrantes – porque aparentemente nenhum rebranding em 2025 escapa de “cores mais vibrantes”.
Três agências dividiram o trabalho: Solv (estratégia), Alexandria (branding) e Pharus (design). Rosane Fantinelli, diretora de marketing, soltou o esperado: “aproxima a marca de diferentes perfis de público”. Solange Ricoy, da Alexandria, foi direta: “o desafio foi evoluir sem perder a essência”.
O timing é calculado: a empresa completa 115 anos em maio de 2026, então o rebranding serve como aquecimento para as comemorações. A implementação gradual de 3 a 5 anos é pragmática – não dá pra jogar fora milhões em embalagens e materiais existentes.
O contexto competitivo explica a mudança: a Tramontina tem 22 mil itens no portfólio, de panelas a móveis, competindo em múltiplas frentes. No varejo, enfrenta desde importados baratos até marcas como Le Creuset. No B2B, disputa contratos de hospitalidade e agronegócio.
A real? É um rebranding conservador para uma marca conservadora. Não é revolucionário, mas também não precisava ser. Tramontina não é startup que precisa parecer disruptiva – é uma empresa centenária que precisa parecer confiável mas não ultrapassada.
O teste vai ser a implementação: 5 anos é muito tempo no mundo atual. Até lá, quantas tendências de design vão passar? O “T” de chapa de aço vai envelhecer bem ou vai parecer datado em 2030?
Por ora, é evolução sem revolução. Exatamente o que se espera de uma marca de panelas de 115 anos.
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