Red Bull transforma prédio gaúcho em rampa de 70 metros porque é isso que eles fazem
Sandro Dias desce CAFF a 103 km/h e entra para lista de maluquices patrocinadas que inclui salto da estratosfera e F1 em neve
A Red Bull fez de novo. Depois de jogar Felix Baumgartner da estratosfera, fazer Max Verstappen pilotar F1 em pista de ski e mandar aviões voarem de cabeça para baixo no meio de cidades, a marca transformou um prédio administrativo em Porto Alegre na maior rampa de skate do mundo. Sandro Dias desceu 70 metros de altura a 103,8 km/h e estabeleceu dois recordes mundiais – porque na cartilha da Red Bull, se não tem risco de morte, não vale a lata.
Por que importa: Em 13 anos planejando essa loucura específica, a Red Bull prova que ainda é a empresa mais comprometida em transformar esportes radicais em espetáculo midiático global. Enquanto outras marcas patrocinam atletas, eles criam categorias inteiras de recordes que não existiam — e que provavelmente não deveriam existir.
“Era um sonho que eu tinha há 13 anos, coloquei na mesa da Red Bull e eles foram sonhadores comigo” — Sandro sobre convencer a marca
O portfólio de insanidades da Red Bull é extenso: Baumgartner saltou de 39km de altura em 2012, o Red Bull Rampage joga ciclistas em penhascos desde 2001, o Flugtag faz pessoas comuns tentarem voar em engenhocas caseiras, e o Crashed Ice inventou hockey em pista de obstáculos no gelo. Padrão identificado: se envolve gravidade e potencial constrangimento hospitalar, tem dedo da Red Bull.
Para o Building Drop em Porto Alegre, a preparação foi nível NASA: Sandro treinou com coletes de 40kg, foi puxado por motos Honda a 130 km/h e suportou força-G de 3,9g que o fez pesar 280kg no impacto. Thomas Stoggl, PhD da Red Bull (sim, eles têm PhDs para calcular loucuras), admitiu que era impossível simular tudo: “A força-G, a queda, a velocidade… só dava para treinar isoladamente.”
A estrutura consumiu 1.800 cubos de espuma, barreiras da MotoGP e um airbag gigante. O skatista de 50 anos — que foi terceiro no mundo a acertar o 900° — ainda vestiu Prada Linea Rossa para a ocasião. O governo do RS liberou o prédio do CAFF, cuja fachada curva é lenda urbana entre skatistas desde 2009, quando um vídeo fake simulou a descida.
A real: Red Bull Building Drop é mais um capítulo na estratégia de 40 anos da marca austríaca de transformar adrenalina em marketing. Eles não vendem bebida energética — vendem a ideia de que limites humanos são sugestões para quem tem patrocínio adequado. Sandro Dias aos 50 anos descendo prédio é inspirador? Sim. É necessário? Não. É exatamente o tipo de conteúdo que faz a Red Bull valer 20 bilhões de dólares vendendo água com açúcar e taurina? Absolutamente.

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