Facebook tenta reconquistar corações (e jovens) com sua primeira campanha em quatro anos
Criada pela Droga5, “A Little Connection Goes a Long Way” aposta na nostalgia das conexões humanas e em novos recursos no app para reaproximar gerações
Depois de quatro anos em silêncio, o Facebook quer lembrar o mundo por que ainda existe. E, mais importante: por que ainda importa.
Com a campanha “A Little Connection Goes a Long Way”, criada pela Droga5, a plataforma tenta reconquistar o público jovem e reafirmar seu papel original como espaço de conexão entre pessoas, não apenas de consumo de conteúdo (principalmente em tempos de slop de inteligência artificial dominando os feeds).
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O esforço chega em um momento estratégico: a temporada de festas, quando a rede costuma registrar picos de uso. A estreia acontece com o filme “Home for the Holidays”, dirigido por Miles Jay (Smuggler), que mostra o reencontro de amigos em suas cidades natais na véspera do Dia de Ação de Graças.
Ao som de Girl from the North Country, de Bob Dylan e Johnny Cash, o spot transforma o bar da esquina em símbolo daquilo que o Facebook promete há duas décadas — reencontros, histórias compartilhadas e laços que resistem ao tempo (e ao algoritmo).
A nostalgia virou argumento: Facebook quer lembrar que conexão humana ainda é seu produto mais valioso
A campanha se estende para dentro do próprio app, com telas personalizadas, prompts interativos em Stories (“Você está em casa para as festas?”) e lojas temáticas no Marketplace, numa tentativa de aproximar narrativa e experiência de uso. O pacote inclui ainda parcerias com 10 universidades e com a Sports Illustrated, além de novos recursos voltados a jovens adultos, faixa que, segundo o Facebook, já responde por parte significativa do crescimento recente da plataforma.
“A nostalgia por conexões reais é algo que o Facebook faz melhor do que qualquer outro app”, diz Briana de Veer, diretora global de marketing da marca. “Queremos relembrar isso para quem está voltando e mostrar a nova geração o que sempre nos diferenciou.”
A volta da emoção como estratégia
Com uma linguagem visual mais cinematográfica e emocional, a peça marca um contraste em relação aos anos anteriores. Se em outras campanhas o Facebook tentava se justificar, agora ele busca voltar a ser lembrado. O tom de reencontro familiar — em vez de promessa tecnológica — reflete a mudança de posicionamento: menos metaverso, mais mesa de bar.
A campanha ainda inclui versões de 30 segundos focadas em três cidades (Tóquio, Londres e Nova York), além de peças digitais criadas pela equipe interna Creative X, destacando como recursos como Grupos, Marketplace e Eventos ajudam a transformar conexões virtuais em momentos reais.
Por que importa:
O movimento é um sinal claro de que o Facebook tenta redefinir sua relevância cultural em um cenário dominado por TikTok e outras plataformas voltadas à autenticidade imediata. A nostalgia vira ferramenta estratégica: reconectar o público ao sentimento que fez o app crescer — e que hoje parece distante do feed automatizado.
Para a Meta, a campanha funciona como um rebranding emocional e, ao mesmo tempo, uma resposta silenciosa às críticas sobre desinformação e saturação. No fundo, é o Facebook tentando convencer o público de que ainda sabe fazer o que sempre prometeu: aproximar pessoas.

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