Como foi o depoimento de Mark Zuckerberg no Congresso dos Estados Unidos

Como foi o depoimento de Mark Zuckerberg no Congresso dos Estados Unidos

Em mais de 5 horas de depoimento, CEO do Facebook admite poucas falhas e se esquiva com serenidade dos senadores

por Soraia Alves
Capa - Como foi o depoimento de Mark Zuckerberg no Congresso dos Estados Unidos

Esta é a audiência mais intensa que eu vi desde a da Microsoft“. A frase de Orrin Hatch, senador republicano (Utah), mostra que o impacto da audiência com o depoimento de Mark Zuckerberg no Congresso dos Estados Unidos, nesta terça-feira, não foi sentido apenas na mídia ou no mercado financeiro.

O presidente executivo do Facebook depôs sobre o roubo de dados de milhões de usuários da plataforma feito pela empresa Cambridge Analytica. Ele respondeu às perguntas sempre em nome do Facebook, e foi sabatinado pelos senadores que tinham até 5 minutos para fazerem suas perguntas.

Vale ressaltar que, segundo o US Today, a maioria dos senadores presentes foram os que mais receberam doações do Facebook em suas últimas campanhas.

Mark teve seu depoimento transmitido ao vivo e acompanhado por milhares de pessoas a partir das 15h15, enquanto as ações de sua empresa subiam 1%.

Mais que a preocupação financeira, o episódio é importante por marcar não só mais um debate sobre o uso de dados pessoais na web, mas pela possibilidade de desencadear um processo de regulação das empresas na internet, principalmente nos Estados Unidos.

Entenda o caso Cambridge Analytica

A Cambridge Analytica funciona como uma consultora, que analisa dados e cria comunicações estratégicas para direcionar propagandas de marcas ou campanhas eleitorais ao público, como em 2015 para os pró-Brexit, no Reino Unido, e a favor de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, em 2016.

Em março deste ano, relatórios publicados pelos jornais New York Times e The Guardian revelaram um esquema de coleta, venda e uso indevido de dados de perfis no Facebook.

As informações vieram com o depoimento de Christopher Wylie, ex-funcionário da empresa que confirmou que a Cambridge Analytica usou de domínio informacional para moldar recursos como as fake news, enviar aos eleitores e, assim, ajudar na eleição de Trump.

Inicialmente foram anunciados 50 milhões de americanos com dados violados, mas após uma investigação do próprio Facebook, o número passou para 87 milhões de pessoas, de diversas nacionalidades.

Os dados eram conseguidos através do app “This is Your Digital Life”, um questionário semelhante aos que sempre usamos como testes e brincadeiras, e que sempre pedem para logar com o Facebook. Além do acesso aos dados pessoais de um usuário,  o app coletava informações de toda a sua rede de amigos.

Como foi o depoimento

Segundo o republicano John Thune (Dakota do Sul), a “falha de confiança” vista pelos usuários no caso Cambridge Analytica se torna grave, uma vez que as pessoas não têm informações suficientes para fazer as escolhas apropriadas sobre seus perfis e privacidade. Além disso, apenas deletar aplicativos não parece uma medida suficiente para garantir a segurança dos 2 bilhões de usuários do Facebook.

Depois de ouvir diferentes introduções de alguns senadores, o CEO finalmente falou, assumindo a total responsabilidade sobre o ocorrido:

Foi meu erro. Não tivemos a visão completa de nossa responsabilidade com o que aconteceu na época. Eu comecei o Facebook e essa é a minha responsabilidade.”

Por todo o tempo, Mark defendeu sua criação:

  • Reafirmou que as investigações internas continuam e que qualquer outro aplicativo “suspeito” será banido da plataforma;
  • Assumiu que a empresa foi lenta ao identificar a interferência russa nas eleições de 2016;
  • Falou muito sobre como o Facebook ganha dinheiro, como funcionam os anúncios que “aparecem” na timeline dos usuários, e deixou no ar que poderá existir uma versão paga da plataforma: “Sempre haverá uma versão do Facebook que será gratuita“.
  • Negou ser dono de um monopólio, embora não soube responder quem era o seu maior competidor;
  • Também não soube responder se o Facebook monitora a localização dos dispositivos mesmo quando o app não está aberto;
  • Disse que até o fim do ano, o Facebook contará com uma equipe de 20 mil pessoas apenas para reverem as questões sobre discursos de ódio;
  • Afirmou que os dados dos usuários não são usados para excluir etnias, e que “A menos que uma ordem judicial tenha uma razão específica, não abriremos esses dados“.

O senador democrata Edward Markey (Massachusetts) questionou o CEO se os consumidores não deveriam ter o poder de escolha sobre seus dados serem utilizados por outras empresas, mas Zuckerberg afirmou que sua empresa não vende dados para terceiros.

Quando questionado sobre ser um empresa de mídia e não de tecnologia, Mark afirmou que o Facebook não produz conteúdo, mas “Sentimos responsabilidade pelo conteúdo na nossa plataforma. Somos uma empresa de tecnologia: temos engenheiros produzindo nossos produtos.”

Depois de repetir várias vezes que o Facebook não vende dados para terceiros, Zuckerberg explicou que “O que permitimos para desenvolvedores de aplicativos é que eles podem coletar dados de usuários também“.

Não foi só a Cambridge Analytica?

Depois de quase 5 horas de depoimento, Mark Zuckerberg admitiu que Aleksandr Kogan, o pesquisador do departamento de psicologia da Universidade de Cambridge que desenvolveu o app que coletou os dados dos usuários do Facebook, vendeu dados dessa base de 87 milhões de perfis invadidos para outras empresas.

Aleksandr Kogan vendeu dados para outras empresas. Uma delas se chama Eunoia, não tenho a lista das outras aqui“, disse o CEO.

Sendo assim, embora essas outras empresas não tenham exatamente coletado os dados da mesma forma acintosa que a Cambridge Analytica, elas formam um novo grupo de companhias detentoras de dados dos usuários vindos do Facebook.

A empresa Eunoia, mencionada por Zuckerberg, é de Christopher Wylie, justamente o ex-funcionário da Cambridge Analytica que revelou todo o esquema da antiga empresa e que também ofereceu serviços para a campanha presidencial de Donald Trump.

E como ficou a situação?

Mark Zuckerberg se agarrou a dois fatos:

  1. O Facebook não vende diretamente dados para nenhuma empresa.
  2. Os usuários sabem que o Facebook permite que as desenvolvedoras de apps usem dados que coletam do Facebook ao se conectarem com a plataforma.

Sendo assim, o CEO admite o vazamento de dados como uma falha a ser corrigida, e que em nada afeta a política de privacidade de sua empresa que, segundo ele, fornece tanto a informação de que as desenvolvedoras coletam dados quanto a possibilidade de cada usuário proibir esse compartilhamento de seus dados: “Se não estamos comunicando isso claramente, é nossa falha, porque esses são os nosso princípios.

Assim, o mais “polêmico” foi Zuckerberg admitir que muitas outras empresas podem estar usando os dados dos milhões de perfis violados no caso da Cambridge Analytica.

Mas, pela serenidade ao fim de seu depoimento, Mark Zuckerberg não deve estar lá muito preocupado.

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