Para CEO, Spotify não tem responsabilidade editorial sob nenhum dos podcasts que disponibiliza

Com os podcasts ganhando cada vez mais importância em sua plataforma, cresce também em torno do Spotify a questão do tipo de envolvimento que a companhia deve ou não ter sob as produções originais e exclusivas que financia. Se depender do CEO Daniel Ek, porém, a resolução é bastante simples: não há motivo para a empresa ter voz sob o que está sendo dito nos programas.

A verbalização dessa opinião veio durante uma conversa do executivo com a Axios, onde foi perguntado sobre o alcance mastodôntico do controverso podcast de Joe Rogan – que apesar das visões políticas e convidados se tornou o programa mais ouvido da plataforma, com audiências descritas pela própria empresa como “acima das expectativas”. “Nós também temos um monte de rappers bem pagos, que fazem dezenas de milhões de dólares, se não mais, todo ano no Spotify”, respondeu Ek; “Nós não ditamos o que eles estão pondo nas canções”.

Além disso, o CEO também aproveitou a conversa para afirmar que não acredita que os criadores de podcast devam ganhar pagamentos em royalties por cada reprodução na plataforma, embora acredite que deva acontecer uma expansão e aceleração das opções de monetização do segmento num futuro breve. Ek ainda diz na entrevista que não acredita que os podcasts vão canibalizar a audiência da área de música, mesmo confirmando que o público dos programas é mais “grudento” que os musicais.

Apesar da posição firme, as declarações de Ek devem manter o debate aceso nos próximos dias. Como bem lembra o Engadget, em meio a todo o sucesso do The Joe Rogan Experience o Spotify viu os próprios funcionários vocalizarem preocupação sobre o conteúdo veiculado pela produção, em especial seu material antitransgênero. Isso sem contar, claro, o fato de Rogan ter aconselhado seus ouvintes em maio a não tomarem a vacina da Covid-19, um movimento que despertou todo tipo de crítica ao Spotify.