Apple ressuscita “Underdogs” para zoar tela azul da morte da Microsoft
Curta de 8 minutos mostra feira de negócios colapsando com Blue Screen of Death enquanto Macs continuam funcionando normalmente
A Apple lançou novo episódio da série “Underdogs”, curtas cômicos sobre equipe empreendedora que resolve problemas usando produtos da marca. Em “BSOD (Blue Screen of Death)”, o grupo vai para feira de negócios chamada ContainerCon quando surto massivo da temida tela azul da morte do Windows transforma evento em caos. Todos os PCs colapsam simultaneamente, exceto os Macs da equipe, que continuam funcionando perfeitamente. É sátira direta do incidente real de julho de 2024, quando atualização bugada do software de segurança CrowdStrike derrubou mais de 8 milhões de dispositivos Windows globalmente.
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Por que importa: É Apple fazendo o que faz melhor: transformar ponto de dor real do concorrente em narrativa de marketing sem mencionar nomes explicitamente. Todos sabem sobre o que é. A empresa esperou mais de um ano após incidente CrowdStrike para responder via comédia de 8 minutos, estratégia mais elegante que comunicado corporativo ou comercial agressivo. É ressurreição de espírito das campanhas “Mac vs. PC” dos anos 2000, mas atualizado para era onde confiabilidade de sistemas importa mais que specs.
Personagem liga via FaceTime para suporte Mac que explica calmamente: “É problema de PC, seus Macs estão seguros”
O setup é simples. Equipe da BetterBag (empresa fictícia de embalagens sustentáveis criada em episódios anteriores) vai para ContainerCon nervosa e desorganizada, tentando fechar negócio grande. No meio do evento, desastre: todos os PCs do prédio crasham simultaneamente, telas azuis por todo lado, feira mergulha em escuridão e caos. Exceto o estande da BetterBag, que continua operando normalmente porque usa Macs.
Quando pânico instala, personagem liga via FaceTime para especialista em segurança Mac chamada Sam, que explica calmamente: “A API de segurança de endpoint lida com funcionalidade de nível kernel por padrão. Não concede acesso de nível kernel.” É jargão técnico que referencia diretamente arquitetura do macOS que impediu que incidente tipo CrowdStrike acontecesse em Macs: sistema operacional da Apple não permite que software externo mexa com partes mais sensíveis do sistema.
Como único estande funcionando, equipe aproveita oportunidade para escanear cartões de visita com iPad Pro, compartilhar apresentações e assinar contratos. Após frenesi de atividade, decidem contra intenção original de “esmagar rivais” e passam a ajudar outros, distribuindo Mac minis para expositores afetados. É twist emocional que suaviza agressividade do conceito.
O filme foi desenvolvido internamente pela equipe da Apple e dirigido por Bertie Ellwood da Object & Animal. Tem 8 minutos e funciona como sátira de convenções de tecnologia com figurinos excêntricos, “coisas grátis!” em cada estande e crítica bem-humorada de intrigas do Vale do Silício.
Além de protagonizar segurança, vídeo inclui menções breves de outros recursos: AirDrop, Apple Intelligence, Apple Music, Memoji, Apple News e até alertas de Mindfulness para Apple Watch. É product placement discreto dentro de narrativa maior.
O contexto amplifica impacto. Em julho de 2024, milhões de computadores Windows globalmente crasharam em única manhã após CrowdStrike (empresa de cibersegurança) lançar atualização bugada em software Falcon, que protege máquinas Windows de malware. Aeroportos, hospitais, bancos e empresas em mais de 60 países foram paralisados. Delta Air Lines culpou CrowdStrike por milhares de voos cancelados. Analistas estimam que mais de 8 milhões de dispositivos foram afetados, custando bilhões em downtime.
“Quando milhões de PCs ficaram escuros no verão passado, Apple não disse uma palavra. Não precisava. Em vez disso, apenas lançou comédia de 8 minutos que disse tudo”, observou análise da Inc.
A real: É marketing oportunista executado com timing perfeito. Apple esperou mais de ano para responder, deixando ferida cicatrizar o suficiente para que piada não parecesse cruel mas permanecesse relevante o bastante para ser reconhecível. Para pequenas empresas (público-alvo primário), mensagem é clara: você não precisa de departamento de TI gigante ou equipe de cibersegurança, apenas precisa de computadores que não se autodestroem quando fornecedor lança atualização errada. É venda de tranquilidade, não hardware.

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