Google estabelece novas restrições a anúncios políticos em suas plataformas

Na esteira das controversas medidas do Facebook no campo e seguindo caminho similar ao Twitter, o TikTok e o Snapchat, o Google anunciou hoje (21) uma reformulação de sua conduta sobre publicidade em suas plataformas que impõe algumas limitações extras a anúncios políticos.

De acordo com a publicação no blog oficial da empresa, a nova abordagem do Google sobre a categoria é na verdade a proposta de um novo modelo sobre microtargeting, com a companhia limitando a um âmbito geral o escopo do público-alvo baseado em idade, gênero e localização em qualquer nível para campanhas políticas, assim como proibindo a veiculação de anúncios com alegações falsas.

Peças contextuais, que são disparadas de acordo com os hábitos do usuário nos sites, continuarão sendo permitidas no modelo de negócios, que deve expandir a transparência de seus relatórios para todos os níveis eleitorais – incluindo cargos de deputados estaduais nos EUA, como citado no anúncio.

No post, o vice-presidente de gerenciamento de produtos do Google Ads Scott Spencer justifica a medida citando “preocupações e debates recentes” em torno do meio, além da consciência da empresa sobre “a confiança compartilhada no processo democrático”. “Independente do custo do impacto destas medidas nos gastos com nossas plataformas, nós acreditamos que estas mudanças ajudarão a promover a confiança na publicidade política digital e na confiança dos processos eleitorais ao redor do globo” escreve o executivo.

Embora o conjunto de medidas não seja dos mais agressivos (o TikTok e o Twitter baniram o formato de suas plataformas, afinal), o anúncio do Google certamente deve afetar consideravelmente o status das futuras campanhas políticas, mas não muito os ganhos da empresa: em maio, a companhia chegou a anunciar que teria arrecadado cerca de 128 milhões de dólares só em anúncios do tipo nos Estados Unidos, um valor sem dúvida bem abaixo do que o Facebook vem recebendo com o formato.

Com previsão de implementação geral ao redor do globo a partir de janeiro de 2020, as mudanças serão adiantas para o Reino Unido e diversos países da Europa até o fim do ano para atender a urgência dos processos eleitorais nestas regiões.

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Publicador por
Pedro Strazza @pedrosazevedo

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